FRUSTRAÇÃO E GRAVE PERIGO
Antes de tudo deixo bem claro que não me faz nem um pouco feliz reproduzir pensamentos (ou afirmações) feitas, de forma franca, direta e convincente, pelos ex-presidentes do Banco Central, Armínio Fraga, e Gustavo Loyola e do ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, quando disseram que a economia brasileira vive -um momento de grande frustração e de grave perigo.
20 ANOS DE PLANO REAL
Ontem, ao palestrar no evento que marcou a passagem de 20 anos do Plano Real, o economista Armínio Fraga classificou a atual política macroeconômica, conduzida pelo (péssimo) ministro Guido Mantega, de -esquizofrênica-.
ARMÍNIO ESPECÍFICO
Com muita clareza, Armínio foi direto ao ponto: - Os problemas de hoje iniciaram no segundo mandato do presidente Lula quando a suicida equipe econômica simplesmente abandonou um modelo mais equilibrado na direção do que se chama hoje de NOVA MATRIZ, com política macro mais frouxa, muito foco no consumo e pouco foco na produtividade em geral.
ACÚMULO DE ERROS
Já o também economista Gustavo Loyola disse que a NOVA MATRIZ ECONÔMICA, ditada e posta em prática pelo ministro Mantega, mostra um acúmulo de erros sucessivos, como a desconstrução grave das instituições monetárias nacionais, com a ideia de obter, a qualquer custo, a redução dos juros e a depreciação do câmbio.
BOA FÉ E HONESTIDADE
Pedro Malan, por sua vez, falando mais como político e menos como economista, disse que é preciso esperar que daqui para frente haja um mínimo de boa fé e honestidade intelectual e recusa de rotulagem destituídas de significado para estimular formas estereotipadas de não pensar.
CONCLUSÃO
Analisando os três discursos, a conclusão é simples: nada do que foi dito foge daquilo que consta nos milhares de editoriais que escrevi ao longo dos governos Lula/Dilma. Lamento, entretanto, que todos aqueles que pensam como eu não passam de meros contempladores -indignados- de tudo aquilo que, a olhos vistos, está destruindo a nossa economia.
NOTA DE PESAR
É com imenso pesar que noticio o grau de deterioração que atingiu a cabeça de muitos porto-alegrenses, que de forma organizada estão exigindo que o transporte público municipal seja exclusivamente estatal. Pasmem: a única empresa de transporte de passageiros que, mesmo cobrando a mesma tarifa das demais (privadas), consegue dar prejuízo sistemático é a estatal Carris (só em 2013, o rombo produzido pela empresa, que a prefeitura teve de cobrir, foi de R$ 40 milhões). Pode?Esta séria doença mental atingiu um nível de gravidade tal, que não há argumento capaz de fazer com que mudem a forma de pensar.