CASAS BAHIA
Ontem, 28, já no apagar das luzes de 2009, a assessoria de imprensa da Casas Bahia informou que a rede, de forma definitiva, estava encerrando as suas atividades no RS.
MOTIVO APRESENTADO
Segundo a nota, o principal motivo que levou a direção da Casas Bahia a esta triste decisão para o RS, foram os 45 autos de infração lavrados pela Secretaria da Fazenda do Estado, no valor total de aproximadamente R$ 52 milhões, que a empresa considera indevidos.
ATUAÇÃO ARBITRÁRIA
A empresa explica que impugnou todos os autos, e dois deles (no valor aproximado de R$ 1,8 milhão) já foram derrubados. A nota diz ainda que a atuação da fiscalização do ICM foi arbitrária e que a rede lamenta ter que sair do Estado.
TRATADO DE MADRI
É possível que muita gente tenha recebido a notícia com surpresa. Não é o meu caso. Afinal, esta incrível aversão a investimentos vindos de fora, os gaúchos mostram desde que o RS foi incorporado ao território brasileiro, pelo Tratado de Madri, em 1750. Trata-se de uma doença genética, cuja cura a ciência já declarou impossível.
ALGOZES APAVORADOS
Tão logo a Casas Bahia divulgou a decisão de cair fora do RS, a Secretaria da Fazenda se apressou em informar, também por nota à imprensa, que vários autos de lançamentos já estão sendo revistos administrativamente. E que algumas incorreções já estão sendo sanadas. Aí, pelo que depreende, os algozes ficaram apavorados.
ESTADO-MONSTRO
É óbvio que podemos tolerar sonegação de impostos. Por mais elevados que sejam, como é o caso do RS, principalmente. Mas, quando uma empresa de grande recebe 45 autuações, e ainda por cima é de fora do RS, aí o problema é outro. É quando o estágio da doença revela o Estado-Monstro.
FORD
Os brasileiros só tem lembança da inexplicável perda da Ford, cuja fábrica já estava sendo instalada no RS quando o PT a expulsou definitivamente do Estado. Poucos têm noção de que, na época, mais de 800 empresas desistiram do RS. Como a notícia ficou restrita a Ford, as demais empresas nunca foram citadas. Agora, da mesma forma, a Casas Bahia vai parecer única. Não é verdade.