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16 mar 2010

DESORGANIZAÇÃO DE PREÇOS


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SEGUNDA LISTA
Ontem, no Diário Oficial da União, saiu uma segunda lista de produtos que poderão/deverão sofrer retaliação. E desta vez até os filmes americanos foram premiados. Na primeira lista de produtos, cujas alíquotas (salgadas) podem entrar em vigor a partir de 7 de abril, constam produtos como peras, cerejas, batatas, trigo, automóveis , arenque, etc.
FIRMEZA
Desta vez não vou entrar no mérito da questão, que julgo legítima e indiscutível. Até porque o governo tem razões de sobra para agir com a firmeza sobre estas questões que vem se arrastando por vários anos.
DESORGANIZAÇÃO DE PREÇOS
Mesmo assim chamo a atenção para os efeitos que o Brasil vai sofrer, de forma inevitável, com esta forma de retaliação. Só o fato de divulgar listas de produtos com alíquotas de importação mais elevadas já é suficiente para desorganizar o mercado e estimular aumento generalizado de vários produtos no Brasil. Inclusive para produtos que jamais constarão das listas.
INFLAÇÃO EM CENA
Como ninguém vai andar com a lista na mão, conferindo produto por produto, os agentes do mercado vão aproveitar a desorganização de preços para tentar reajustes. Como as listas que a Camex vem divulgando, semana após semana, contemplam inúmeros produtos com alíquotas de importação mais elevada, a confusão e a inflação entrarão em cena.
RETALIAÇÃO PATROCINADORA
Além da desorganização o mercado conta, também, com a enorme estupidez do povo, já bastante conhecida. Até que as melancias se acomodem na carroça a cobra inflacionária vai fumar. Ou seja: a possível retaliação será a mais nova patrocinadora de um surto de inflação de preços no país.
NACIONALISMO
Independente da retaliação, que embora legítima é muito mais saborosa para o governo Lula porque o país retaliado é os EUA, a medida também agrada em cheio para quem não gosta de concorrência e do livre mercado. Quanto mais protecionismo mais nacionalismo, infelizmente. Este filme, SEM ALÍQUOTA MAIS ELEVADA, é pra lá de conhecido por aqui. Afinal, não foi a prática do nacionalismo que fez o Brasil sentar na cadeira perpétua do atrasado terceiro mundo?
ESTATISMO
Como o governo vai usar o recrudescimento do nacionalismo para justificar a necessidade do aumento do Estado na economia, cabe uma informação: a participação do setor público na formação do PIB brasileiro já é de 20,8%. Que tal? Se alguém ainda achar pouco pode ficar tranquilo: o crescimento do Estado é gradual, consistente e seguro. Com Dilma na presidência então...