REFORMAS
As últimas informações que chegam de Cuba dão conta de que Raul Castro deverá colocar em marcha, em poucas semanas, uma profunda reforma política e econômica na Ilha. Se isto realmente vier a acontecer, uma coisa é preciso admitir: não será por convicção, ou mudança ideológica, mas por conveniência.
MUDANÇAS ESTRUTURAIS
Fala-se de mudanças estruturais, em especial no econômico, mas também no social. E isto, segundo as informações oficiais, passa pela redução dos gastos sociais, redução de subsídios, por uma ampliação do trabalho por conta própria e pela eliminação da moeda dupla.
SEM CRÉDITO
Para aliviar as tensões financeiras o governo ditatorial pretende também fazer uma renegociação da dívida, que não é pequena. Para se ter uma idéia, só no ano passado as importações totalizaram U$ 14,5 bilhões, enquanto as exportações não passaram de U$ 3.700 bilhões, o que resultou num déficit de quase U$ 11 bilhões.Esta situação complicada levou o governo cubano a suspender o pagamento dos créditos à China e outros países.
POR PURA CONVENIÊNCIA
Como o Estado cubano emprega algo como 95% da força de trabalho da Ilha, o governo sabe que vai precisar cortar empregos. Para tanto, caso queira obter sucesso, é óbvio que será necessário privatizar inúmeras empresas. Caso resolvam avançar com o programa, os irmãos Castro não o farão, repito, por convicção, mas por pura necessidade, ou conveniência, melhor dizendo.
COMO A CHINA?
Ainda é muito cedo para dizer se tudo isto realmente vai acontecer na Ilha do Dr. Castro. Mas, o mais provável é que Cuba, caso prossiga com o plano, faça algo parecido com o que acontece na China: politicamente fechado e economicamente mais aberto. É difícil prever, mas é possível imaginar o que só as feridas podem determinar.
PT ESBRAVEJA
Enquanto se especula sobre o que pode acontecer em Cuba, aqui no Brasil a turma do PT, com Dilma à frente, esbravejou e veio a público para rebater as acusações feitas por Índio da Costa, candidato à vice de José Serra, de que o partido teria ligações com as FARC.
BAIXAR O NÍVEL?
Ora, pelo que sei, tanto o PT como as FARC são membros de primeira hora do pouco divulgado, pela imprensa, Foro de São Paulo. Através de seus representantes participam sempre das reuniões anuais. Como as atas são todas assinadas, e de conhecimento público, não há dúvida alguma de que comungam das mesmas decisões. Dizer esta verdade é baixar o nível?