MERCOSUR
A empresa alemã Niedersachsen Global, aproveitando o que a Feira de Hannover oferece em termos de concentração de expositores, investidores e visitantes, realizou o 6º Congresso Exterior da Baixa Saxônia num dos Pavilhões do Parque, com o tema voltado para o nosso continente: Mercosur: O mercado Comum da América Latina. O objetivo, por ser um programa a ser apresentado para o mundo todo, tinha interesse muito mais voltado para a Europa, Alemanha e o próprio Mercosul.
CURIOSO
A convite do presidente da Câmara Brasil-Alemanha de Indústria e Comércio no RS, André Meyer da Silva , que também é vice-presidente do Sinmetal-RS, fui ao evento cheio de curiosidade. Queria saber: 1- o que seria dito; 2- quem falaria; 3- quantas pessoas estariam interessadas nos assuntos da nossa pobre região sul-americana; e, 4- o quanto haveria de verdade nas apresentações.
BUROCRACIA
Depois das boas vindas feitas pelo conselheiro da Deutsche Messe e do Primeiro Ministro da Baixa Saxônia, o primeiro a falar, objetivamente, foi Ludwig Georg Braun, presidente da Iniciativa América Latina, da Federação das Indústrias Alemãs. Como é conhecedor da nossa região iniciou dizendo que a América Latina é uma oportunidade maravilhosa para fazer investimentos. Quanto à burocracia, sempre discutida nessas ocasiões tratou de amenizar dizendo que a doença também se faz presente em todos os países (cada um à sua maneira).
A MENTIRA
O Uruguai não se fez presente, embora tivesse confirmado. Pelo Paraguai, a grande piada do Congresso, falou o assessor econômico do Ministério da Indústria e Comércio, Guillermo Sosa. Imaginando, talvez, que a platéia fosse composta só de empresários e investidores ingênuos e despreparados mentiu à vontade dizendo que o Paraguai oferece várias frentes para a iniciativa privada, nacional e estrangeira.
A REALIDADE
Ora, todos nós sabemos, por exemplo, que grande parte da soja paraguaia é produzida por brasileiros. E que o governo está querendo expulsar de lá. Isto sem falar do contrato de Itaipu que o atual governo quer rasgar. Sobre isso o assessor não falou. E nem precisava, suponho.
BRASIL E ARGENTINA
Pelo Brasil falou André Meyer, que mostrou as reais oportunidades de investimentos na região sul diante dos programas existentes e promissores. E pela Argentina, com o tema: - O Grande Potencial Argentino ? teve à frente o embaixador Guillermo Nielsen. Embora a sua apresentação tenha sido muito boa pela visão de mundo que tem, ainda assim teve dificuldades em explicar o conhecido protecionismo argentino, do qual se diz totalmente contrário, como me confidenciou após a sua apresentação.
POUCO CONVIDATIVO
A Venezuela não participou do evento porque ainda não faz parte do Mercosul. Mas acabou sendo comentada pelo que está contaminando a América Latina. Todos os presentes mostraram que querem distância do ditador Hugo Chávez e seu país. E o que mais ouvi, de muitas bocas, é que o ambiente latino, a exceção do Brasil que está gozando de boa reputação aqui na Alemanha, não é nada convidativo para investir, pois o ideal comunista, já espalhado, está deixando tudo muito arriscado. Bingo.