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15 mai 2020

CONCURSO DE ABSURDOS


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BREVE HISTÓRICO

Passados dois meses desde o momento em que a QUARENTENA foi OFICIALMENTE DECRETADA no nosso empobrecido Brasil, por tudo que se viu, leu e ouviu ao longo deste complicado período já é possível construir um breve HISTÓRICO que permite avaliar alguns ERROS E ACERTOS que foram cometidos no enfrentamento do COVID-19.

 


NÚMEROS OFICIAIS E EXTRAOFICIAIS

Pois, de imediato, levando em consideração que sempre é preciso fazer de tudo para salvar vidas, chama muito a atenção o fato -atestado por números oficiais e extraoficiais- de que o número de pessoas que foram vencidos pela doença está perdendo de goleada para o número de brasileiros que perderam emprego e/ou ficaram sem atividade.

 


SAÚDE PÚBLICA

O breve HISTÓRICO informa, nitidamente, que foi o ISOLAMENTO IMPOSTO por vários governadores e prefeitos, que provocou a fantástica onda de desemprego e/ou fechamento de inúmeras empresas. Mais: tais IMPOSIÇÕES -CRIMINOSAS- , gostem ou não, resultarão, inevitavelmente, num seríssimo problema de SAÚDE PÚBLICA, bem maior, aliás, do que o estrago promovido pelo COVID-19.

 


COMPETIÇÃO

Se os governadores e prefeitos, agraciados por uma INTROMETIDA e ESDRÚXULA DECISÃO do STF, garantiram o direito de descumprir leis federais, e a partir daí passaram a agir de forma totalmente AUTORITÁRIA, ontem à noite, a maioria de indigestos deputados federais resolveu entrar na disputa que vai apontar quem  tem uma maior VEIA DITATORIAL.

 


O PODER DOS SÍNDICOS

Como nesta competição ganha maior destaque quem vota a favor daquilo que é considerado IMPENSADO, por mais incrível que possa parecer aos olhos e ouvidos do sofrido povo brasileiro, a Câmara Federal, na calada da noite de ontem aprovou uma medida que permite a síndicos impedir reuniões dentro de apartamentos, por conta da epidemia.

 


A COMPETIÇÃO APENAS COMEÇOU

Em síntese: se esta absurda MEDIDA DITATORIAL for sancionada (espero que não seja), qualquer síndico poderá violar o DIREITO, ATÉ ENTÃO SAGRADO, de definir quem você pode receber na sua própria casa. Que tal?

Detalhe: a competição apenas começou, o que indica que muitos lances -absurdos- ainda estão por vir.  Aguardemos...

 


FRASE DO DIA

"A liberdade soa onde as opiniões colidem."

 


PRIME NEWS

MORRER DE FOME

Ontem, 14, o presidente Jair Bolsonaro fez um correto apelo pela reabertura do comércio e disse que, caso contrário, VAMOS MORRER DE FOME. 

- "Tem que reabrir, nós vamos morrer de fome. A fome mata, a fome mata! Faço um apelo aos governadores: revejam essa política, eu estou pronto para conversar. Vamos preservar vidas, vamos. Mas dessa forma, o preço lá na frente serão centenas a mais de vidas que vamos perder, por causa dessas medidas absurdas de fechar tudo", concluiu o presidente.

 

J. R. GUZZO

Texto do jornalista J. R. Guzzo - QUEM VAI PAGAR O PREÇO DO DESASTRE QUE SE APROXIMA - , publicado na Gazeta do Povo.

- Um dia, no futuro, vão ser feitas as contas exatas e finais do custo que a Covid-19 trouxe para o Brasil, mas aí já vai ser tarde demais – o mal estará feito, e nenhum esforço, seja dos governos ou de quem for, vai ser capaz de devolver mais adiante o que foi perdido hoje. Vidas humanas “não têm preço”, como dizem desde o começo disso tudo a maioria dos políticos, homens considerados como “de ideias” e aproveitadores diversos; por conta disso, todos os atos de destruição que vêm sendo praticados no país em nome do combate ao vírus têm de ser apoiados. “Salvar vidas”, nesta visão de mundo, é mais importante que salvar “empregos”, “empresas”, etc. Desde o começo, sempre foi um argumento falso. Não vai deixar de ser só porque passa mais tempo e aumenta o número de mortos.

Não é aceitável, obviamente, que para cuidar de vidas seja necessário arruinar o Brasil ao mesmo tempo. Mas é exatamente isso que está sendo proposto pela maior parte da gente que manda. As pessoas que não estão doentes também têm vidas a serem preservadas — a obrigação mais básica dos governos e demais responsáveis pela gestão da sociedade é tratar com o mesmo empenho das duas coisas, a saúde pública e a sobrevivência de todos os cidadãos.

Pode ser muito difícil, mas em nenhum lugar está escrito que os governos tenham direito a lidar apenas com coisas fáceis. Não se trata de uma opção em aberto. Não se trata de sobrevivência “econômica”. Manter a produção, o trabalho e as demais atividades essenciais a uma sociedade não é uma questão de aumento do PIB. É, simplesmente, a vida das pessoas. Ela tem de ser defendida tanto quanto a vida das vítimas da epidemia.

O Brasil, até o momento, tem cerca de 13 mil mortos em consequência da Covid-19 – algo como 0,006% dos 220 milhões de brasileiros. O número total de infectados, nestes últimos dois meses, está por volta de 180 mil. Em 2018, segundo os últimos números oficialmente computados pelo IBGE, morreram no Brasil, por todos os tipos de causa, 1,3 milhão de pessoas – 100 vezes mais que o total de mortos na presente epidemia.

É claro que uma vida humana vale mais que um conjunto de porcentagens. Os que sofrem com a tragédia das perdas individuais não podem ser consolados com um cálculo aritmético, nem com a informação de que são uma minoria no total da população. Mas ninguém perde por ter em mente as dimensões exatas do problema.

O preço que a população brasileira vai pagar pelos desastres que estão sendo praticados hoje em nome da “vida” — sobretudo a imensa maioria de pobres cuja única esperança de um mínimo de bem estar é o trabalho — será um horror. Como sempre, os responsáveis pelas decisões não vão pagar nada pelo desastre que causaram — a conta jamais irá para qualquer autoridade que está aí. Faz parte da nossa calamidade permanente."