CENSURA DECLARADA
Na Venezuela, que de Cuba tudo copia, os meios de comunicação enfrentam uma censura descarada. O ditador Hugo Chávez, além de proibir a publicação de fotos e notícias que não fazem bem ao seu estômago, encerrou as atividades de várias emissoras de rádio e televisão e, não satisfeito, ainda mandou prender os mais resistentes.
DOCUMENTO ASSINADO
No Brasil, por enquanto, a censura ainda não chegou com a mesma força e determinação. Ontem, num ato de pura ludibriação, os candidatos José serra e Dilma Rousseff, até se comprometeram com a liberdade de imprensa. Isto é muito bom, ainda que o tal documento não vá impedir atos de censura.
EM LINHA COM O GOVERNO
O fato é que alguns meios de comunicação já estão se tornando muito conhecidos por não publicar notícias, nem aceitar comentários de seus colaboradores, que não estejam em linha com os interesses do governo.
AUTOCENSURA
Se a censura, explícita ou não, é algo extremamente lamentável, pior que isso é a autocensura. Que nada mais é do que a violência praticada pelo editor, colunista, comentarista, analista, crítico, enfim, contra si mesmo, por deixar de dizer o que pensa ou sabe sobre qualquer assunto.
COVARDIA
A autocensura se define, simplesmente, pela covardia declarada por quem escreve, ou fala, ao íntimo de sua consciência. Antes mesmo que venha a ser chamado de covarde pelo leitor/ouvinte de sua crônica, ele é fortemente punido por não poder escrever o que sabe ou pensa.
LINHA EDITORIAL
Quem trabalha numa empresa de comunicação sabe que a liberdade de expressão é do dono do jornal. Isto significa que linha editorial só pode ser contrariada com a devida permissão do proprietário do meio de comunicação.
SILÊNCIO
Quem não quer perder o emprego, ou a verba do anunciante do espaço que ocupa na mídia, já se sente como autocensurado. O suficiente para não se comprometer com coisa alguma. Como precisa do emprego, ou da verba da publicidade, simplesmente silencia. Ou muda de assunto.