PERSPECTIVAS
Conforme prometido vamos às previsões e/ou perspectivas para a economia do Brasil para 2012. Antes de tudo, porém, é importante destacar que, em caso de crescimento, a economia já está condenada a um limite baixo. Tudo porque as taxas, tanto de INVESTIMENTO quanto de POUPANÇA (sobre o PIB), continuam insuficientes.
INVESTIMENTO E POUPANÇA
Tomando por base o último trimestre de 2011, a nossa Taxa de Investimento/PIB atingiu míseros 17,8%. Segundo o IBGE, o resultado é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, que havia sido 18,2%.Já a Taxa de Poupança, que mede a proporção entre a poupança bruta e o PIB, ficou em torno de 18,1%. O que não merece aplausos, pois não garante bom desempenho econômico.
AQUÉM DO NECESSÁRIO
Ora, diante deste dado absolutamente incontestável, o fato é que a nossa taxa de investimento, além de estar muito aquém do necessário para garantir um crescimento de 5,5%, ainda está entre as mais baixas entre os países emergentes.
EFEITO COMPARATIVO
Vejam que entre 20 países, considerados emergentes, analisados pela Bolsa S&P, o Brasil ficou entre os três que menos investem (na frente apenas de Egito e Filipinas). Enquanto o Brasil patina e é condenado a crescer pouco, países latino-americanos como Peru, Chile e Colômbia, por exemplo, têm mostrado taxas de investimento próximas a 25% do PIB.
CHINA E ÍNDIA
Bem, se comparadas com China e Índia, que compõem o bloco dos países que formam o BRICS, aí a situação do Brasil fica ainda mais dramática. Vejam que, em 2010, a taxa de investimento da China chegou a 47% do PIB e a da Índia em torno de 32%.
BOAS APOSTAS
Ainda assim, nas PRIMEIRAS projeções até agora apresentadas, os economistas ouvidos fazem boas apostas para o Brasil. Não porque estamos nos esforçando para que as coisas de fato melhorem, mas porque os países desenvolvidos pioraram.
AMERICAN DREAM?
Entre as principais razões para a expectativa de um desempenho positivo para 2012, algumas delas dão conta de que, no Brasil atual, há um certo equilíbrio fiscal, a inflação é baixa, o sistema financeiro é forte, o mercado de capitais, idem, e o setor privado é robusto. Além disso, o país dá a impressão de que passa por uma transformação estrutural, algo parecido com o -American Dream-, de 70 anos atrás, onde a classe média americana foi a grande responsável pela transformação. Entretanto, o problema maior, que ninguém desconhece e o governo não resolve, está no impressionante e sufocante Custo-Brasil. Observem que os produtos importados, mesmo depois de onerados pela fantástica carga tributária que assola a produção nacional, continuam bem mais em conta do que os nossos. Ou seja, o peso dos encargos sociais mais a brutal burocracia fazem a diferença. E, neste aspecto, nada vai mudar.Aliás, o que explica, claramente, esta fantástica devoção para o MERCADO INTERNO. Mesmo que tenhamos exportações (as principais são commodities), o mercado interno sempre falou mais alto.