BOLETIM MÉDICO DE JULHO
Ontem, o Governo Central, que reúne o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central, divulgou o Boletim Médico do paciente Brasil, que sofre de múltiplas doenças, todas elas GRAVÍSSIMAS, referente ao mês de julho.
CIRURGIAS
Sem surpresas, o Boletim assinalou, pela enésima vez, de forma muito clara, que o paciente, gravemente enfermo, só conseguirá respirar sem aparelhos se o povo conceder aos médicos de plantão a expressa autorização para que o Brasil passe por várias cirurgias, todas urgentes, para que os inúmeros tumores que tomaram conta do corpo todo, sejam retirados.
DEPENDENTE DE SANGUE
Entretanto, para desespero do povo brasileiro, notadamente os portadores de alguma parte do cérebro, sabem que os médicos (governantes técnicos) só estarão devidamente autorizados para fazerem as urgentes cirurgias depois que lhes for apresentado o necessário documento que diga, formalmente, que o corpo Brasil está livre dos DIREITOS ADQUIRIDOS e das LEIS PÉTREAS. Caso contrário (sem cirurgia), o doente ficará, para todo o sempre, um dependente crônico de sangue (impostos).
DÉFICIT MONSTRO
Quem se dispôs a ler o Boletim de julho, divulgado ontem pelo Tesouro Nacional, deve ter tomado um susto ao ver que o déficit primário atingiu R$ 20,152 bilhões, ou seja, 4,8% acima do saldo negativo de R$ 19,226 bilhões registrado no mesmo mês do ano passado (o maior para o mês de julho
em toda a série histórica, que começou em 1997).
ROMBO MAIOR
Entretanto, antes que alguém entre em SURTO DE INDIGNAÇÃO proponho que entenda, de uma vez por todas, que o grande e maior responsável pelo ROMBO do Tesouro Nacional (que é suprido pelo dinheiro arrecadado junto aos pagadores de impostos) é a velha conhecida PREVIDÊNCIA SOCIAL, que registrou déficit de R$ 13,517 bilhões no mês. E tem gente que não quer a reforma da Previdência. Pode?
TRANSFUSÕES DE SANGUE
As receitas totais, representadas pelas transfusões COMPULSÓRIAS de sangue feitas pelos infelizes pagadores de impostos, tiveram queda real de 2% em julho, enquanto as despesas tiveram queda de 4,2% no mesmo período, descontada a inflação. No ano, as receitas tiveram queda real de 1,3%, enquanto as despesas tiveram baixa de 0,2%.
CUSTO
O mais lamentável nisto tudo é que o povo brasileiro, na sua grande maioria, mostra maior preocupação com o que custa menos, e nada com o que muito. Basta ver a (correta) indignação com a criação do Fundo Eleitoral, que propõe um gasto de 3,6 bilhões e nenhuma indignação com o ROMBO DA PREVIDÊNCIA, que impõe um custo de R$ 400 BILHÕES para este ano. Pode?
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