BOA NOTÍCIA
Nestes últimos dias, o que mais se ouve por aqui, inclusive deixando muita gente bem mais confiante, é de que a crise financeira e econômica já começa a dar sinais de arrefecimento. E que no segundo semestre a economia deverá mostrar números mais alentadores. Tomara.
ALMOÇO GRÁTIS
Notícia boa precisa ser sempre festejada. Mesmo assim é importante informar, para que não paire qualquer dúvida, de que não existe almoço grátis. Ainda que muita gente continue teimando com esta lógica, o fato é que em algum momento a conta precisará ser liquidada.
EFEITO COMPLICADO
Esse grupo é formado, principalmente, por pessoas portadoras de um doentio (exagerado) pensamento positivo, cujo sintoma é a ausência total de raciocínio e realismo. E o efeito produzido pela doença é complicado: leva a imaginar e ter a esperança de que na hora ? H - aparecerá um ser celestial para resolver o problema.
MILAGRES E MITOS
Governantes que criam despesas acima dos valores arrecadados pelos impostos estimulam o sentimento desse grupo doente. Sabem que o povo, pela sua baixa educação e falta de discernimento, acredita em milagres e constrói mitos. Um deles é de que o caixa governamental está sempre abarrotado de dinheiro e que os recursos são ilimitados.
NOS COFRES
Agora, diante desta devastadora crise financeira mundial, há quem imagine que os fantásticos recursos aportados pelos mais diversos governos mundo afora, disponibilizados para socorrer as instituições financeiras quebradas, estavam guardados nos cofres esperando um momento de crise para serem usados.
ORÇAMENTOS
Ora, esta forma de pensar é totalmente equivocada. Governos, como pessoas e empresas, vivem da mesma forma: de seus orçamentos. Ou seja, de recursos arrecadados em impostos para satisfazer as despesas estabelecidas de acordo com as demandas da sociedade.
EMISSÕES
Tudo aquilo que foge ao orçamento, caso não sejam vendidos alguns ativos, só pode ser sustentado por emissões de moeda, que pode ser na forma de títulos governamentais (moeda a prazo) ou na forma de papel-moeda (moeda à vista). Ambas as formas significam endividamento do governo.Como milagres de multiplicação de dinheiro inexistem, muitos governantes desse mundo recorreram às emissões para socorrer instituições financeiras falidas. Estas fantásticas somas precisarão ser devolvidas, caso contrário a inflação (contrapartida das emissões) formará uma segunda onda de pavor econômico.Portanto, como bem informa o economista Paulo Rabello de Castro, esta nova euforia que está tomando conta do mercado é alimentada pelas autoridades monetárias dos principais países com uma quantidade sem precedentes de moeda, emitida para financiar as operações de socorro.