CRIME DA DÉCADA
Hoje, a grande manchete de todos os jornais do país trata de um dos maiores crimes cometidos, neste ano de 2010. Com toda certeza já está sendo considerado o crime da década. Eis como aconteceu o ato criminoso:
CRIME HEDIONDO
Ontem, com requintes de enorme crueldade, o povo brasileiro foi assaltado, estuprado e esfolado por duas terríveis quadrilhas. De forma sorrateira, os deputados e senadores, num espaço de apenas duas horas, roubaram uma substancial quantia de dinheiro dos contribuintes. Um crime literalmente hediondo.
POVO COVARDE
Como o povo brasileiro é manso, adestrado e covarde, ninguém foi à polícia para fazer o boletim de ocorrência. Dotado de baixíssima inteligência e escolaridade o pobre povo brasileiro não tem noção de que, pelo efeito cascata o roubo atinge uma soma de R$ 2 bilhões por ano. Assustador, não?
BOLETIM DE OCORRÊNCIA
Mesmo sem a existência do BO o relato do crime é este: Ontem, por volta do meio dia, no último dia de votação efetiva na Câmara e no Senado, os plenários das duas Casas aprovaram o aumento de 61,83% nos seus próprios salários, de 133,96% no valor do salário do presidente da República e de 148,63% no salário do vice-presidente e dos ministros de Estado.
O PISO É O TETO
O projeto, que iguala em R$ 26.723,13 os salários dos deputados, dos senadores, do presidente da República, do vice-presidente da República e dos ministros do Executivo, mostra que teto, para essa turma, é piso. A prova disto é que vão receber o mesmo salário do ministro do STF, o qual serve como teto do funcionalismo público. Viva!!!
CONTRARIADOS
Pelo que revelaram algumas testemunhas que não querem se identificar, os algozes se mostraram contrariados quando perceberam que a legislação impede o recebimento imediato dos novos salários. Isto só é possível no dia 1º de fevereiro de 2011, quando os parlamentares eleitos em outubro passado tomarão posse. Arre!!!
REGIME DE URGÊNCIA
Para as reformas que o Brasil tanto anseia, que poderiam dotar o país de possibilidade real de crescimento, aí a pressa e a disposição inexistem. No entanto, quando o assunto trata do aumento dos próprios salários os parlamentares correm para aprovar em regime de urgência. Que tal? Alguém vai desejar um FELIZ NATAL aos deputados e senadores?