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27 mai 2010

AS PRIMEIRAS PROPOSTAS


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TOMEM NOTA
Aqueles que tomaram conhecimento de algumas das propostas apresentadas pelos candidatos à presidência do país, nesta semana, precisam tomar nota do que disseram Dilma, Serra e Marina Silva, para poder cobrar, a partir de 2011, quando o eleito já estiver no cargo. Merece atenção, também, o que deixaram de dizer, sabendo que há enormes preocupações à frente. Uma delas é o fantástico crescimento do déficit da conta corrente, que envolve tudo que passa pelo caixa do Tesouro, desde importações, exportações e mercado financeiro. A previsão, para o final de 2010, é simplesmente de arrepiar, pois deve chegar a mais de 4% do PIB.
DILMA
Dilma, por exemplo, afirmou que é favorável à reforma tributária, dizendo que é a reforma das reformas e que sem ela é difícil assegurar crescimento sustentável. OK. No entanto, o que me espanta é que Lula mesmo que tenha escolhido Dilma como candidata do PT, não se interessou pela tal reforma das reformas. Creio que aí está uma grande enganação. Dilma disse o que o povo queria ouvir, mas, a exemplo de seu mestre nada vai fazer.
SERRA
José Serra, por sua vez, disse que o Brasil tem a maior taxa de juros do mundo e a maior carga tributária do mundo, entre todos os países emergentes ou em desenvolvimento. OK. Serra só esclareceu as consequências dos problemas, deixando as causas sem comentário algum. Espero que Serra ainda se manifeste sobre as reformas: tributária, fiscal, previdenciária, trabalhista e política. Caso contrário, o Brasil que já não é competitivo, jamais o será.
MARINA
A candidata Marina, que poucos estão apostando, foi a que se saiu melhor. Ao menos assume o compromisso de que é possível fazer uma reforma tributária, mas não com falsas expectativas. Disse mais: - Não é fácil, se fosse fácil já teriam feito. Faz 16 anos que esta questão entrou na agenda como sendo importante e estratégica. Compromissos em cima de compromissos sendo assumidos. As pessoas assumem o compromisso com a reforma, mas depois de eleitos fazem a reforma do compromisso.
FICHA LIMPA
Ainda dependendo da sanção presidencial, o projeto Ficha Limpa pode se transformar em algo parecido com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ou seja: quando não há como ser cumprida, os políticos acabam dando um jeito de mudar alguma coisa. Aliás, este procedimento vil já está acontecendo mesmo antes da aprovação final: ninguém sabe como e quando deve funcionar.
IMPEDIMENTO
Aqui entre nós, se o Brasil fosse um país sério, habitado por pessoas decentes, não haveria a mínima razão, nem a possibilidade, de ter um projeto do tipo Ficha Limpa. Antes, bem antes de qualquer coisa, o pretenso candidato já teria sido impedido, pelo seu próprio partido, de concorrer à cargos eletivos.
EXAGERO
O projeto, e sua aprovação, só foram possíveis e necessários no Brasil porque a safadeza se tornou extremamente exagerada. E, em lugar onde a consciência inexiste é preciso existir lei, que por sinal nem sempre é cumprida. Pudera, pois em país onde inúmeros os criminosos entram na política só para obter imunidade, até a lei acaba sendo driblada.