EXTREMA-UNÇÃO
Lembram do editorial que dediquei ao reajuste automático dos combustíveis, que a diretoria da Petrobrás prometeu no momento em que o caixa da estatal recebia a extrema-unção?
MORTE LENTA
Pois, esta tentativa de salvar a Petrobrás, ou tirar a empresa das mãos estúpidas e assassinas do ministro Guido Mantega, da Fazenda, foi adiada. Ontem, para mostrar que os diretores da Petrobrás não decidem coisa alguma, o governo Dilma confirmou a minha previsão: adiou a reunião do Conselho de Administração (?) da Estatal para a próxima semana.
INFLAÇÃO
O governo, de forma muito competente, colocou na cabeça dos brasileiros e, lamentavelmente, também na mente da maioria dos jornalistas, um enorme equívoco, qual seja de que aumentar os preços dos combustíveis é contribuir com o aumento da inflação.
GASTOS PÚBLICOS
Ora, mesmo sabendo que é praticamente impossível fazer com que os brasileiros entendam o quanto vem sendo enganados, o fato, ou grande verdade, é que a inflação, no Brasil, é mera consequência das ações e iniciativas do governo, que não tem qualquer moderação com gastos públicos.
ESTRATÉGIA EQUIVOCADA
A estratégia que o governo montou para aumentar a demanda, usando o crédito e as desonerações como alavancas principais, deixou evidente o total descasamento na ponta da oferta. Ora, com mais procura e menos oferta, o equilíbrio se dá pelo aumento dos preços dos produtos e serviços.
INGREDIENTES
Como a taxa de investimento é extremamente baixa, a carga tributária é por demais elevada, e o governo gasta mais do que arrecada, o prato para servir a inflação já fica cheio. Se somarmos tudo isso e mais um pouco às intervenções que o governo constantemente faz na economia, aí temos um ambiente explosivo.
VILÃO
Infelizmente, como se vê, sempre há um vilão para explicar a elevação dos preços. E em nenhuma oportunidade o governo é citado como o grande e único responsável pela inflação. Aliás, não precisamos ir longe: no Chile, Colômbia, Peru e Panamá, por exemplo, a taxa de inflação tem se mantido em patamares extremamente baixos. E em todos esses países não há controle de preços dos combustíveis. Que tal?