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08 fev 2011

ARROZ SELVAGEM


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RISOTERIA?
Tudo leva a crer que o governo federal está prestes a abrir mais uma empresa pública. Pela enorme quantidade de arroz que está comprando imagino que será um restaurante estatal. Especializado em risotos. Uma risoteria, certamente.
SUGESTÕES
Como ainda não foi divulgado o nome da Risoteria, assim como os pratos que serão servidos, o governo poderia deixar esta tarefa aos seus eleitores. Eles também poderiam contribuir com sugestões sobre o cardápio da casa. Que tal?
COM FEIJÃO
O ganhador teria direito, por exemplo, a frequentar a casa durante um ano sem precisar pagar pela refeição, que inclui, além do arroz também uma boa dose de feijão, que o governo também adquiriu em grande quantidade.
FELIZES DA VIDA
Como o povo brasileiro é majoritariamente inocente, ingênuo e idiota, é possível que muita gente nem saiba do eu estou falando. O fato é que os arrozeiros e os feijoeiros estão felizes da vida. Afinal, quando não é vantajoso para eles o preço oferecido pelo mercado, o governo vai lá e resolve: compra tudo. Bom, não?
PREÇO MÍNIMO
Na semana passada, como já foi amplamente divulgado, o governo adquiriu 360 toneladas de arroz e 100 mil toneladas de feijão. No total, só com o setor arrozeiro o governo vai gastar R$ 313 milhões. Detalhe: a compra não foi feita por leilão, mas pelo preço ?mínimo- (?). Pode?
DEMAIS SETORES
A minha preocupação é que os demais setores produtivos do país também exijam este mesmo tratamento dado aos arrozeiros e feijoeiros: quando não conseguem vender seus produtos por um preço -mínimo-, o governo deveria comprar tudo que é produzido.
ESTRAGA-PRAZER
É possível que este editorial leve muita gente a me condenar por tentativa de -estraga prazer-. Seria ótimo. Mas, infelizmente, na prática, isto não vai se confirmar. Nem mesmo se for levado em consideração que já sumiram 15 mil sacas de arroz que o IRGA (Instituto Rio Grandense do Arroz) havia depositado num depósito em Cachoeira do Sul, RS. Dinheiro para Educação, Saúde e Segurança não existe em quantidade suficiente. Já para ajudar arrozeiros, feijoeiros e outros eiros os recursos são ilimitados.Mas, atenção: quando o preço de mercado é alto, aí o ganho é, exclusivamente, do produtor. Quando não cobre o custo, o contribuinte de impostos assume o prejuízo. Tá bom assim?