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06 ago 2013

ANÁLISE NUA E CRUA


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COMO UMA LUVA
Como o propósito do grupo - PENSAR+! - é transmitir conhecimento através de conteúdos que possam, de fato, contribuir com o esclarecimento das coisas que acontecem no nosso país, o excelente texto do pensador Percival Puggina, com o título - A OVERDOSE DO PETISMO -, cai como uma luva. Vejam:
A OVERDOSE DO PETISMO
Raras vezes se viu tamanha barafunda num MAR DE ROSAS. Dilma Rousseff já cumpriu dois terços de seu mandato acumulando trapalhadas e fracassos. Demorou duas décadas mas, finalmente, o PT está alcançando seu objetivo de 1994 - ACABAR COM O PLANO REAL. O sonho dourado das esquerdas nos anos 90, o fim do programa que deu estabilidade à moeda nacional, aquilo que Lula tentou mas não conseguiu em seus oito anos, Dilma, está realizando em menos de quatro, à base de trombada na cristaleira.
EVASÃO DE VERDINHAS
O petismo espatifou a Economia e tudo mais à sua volta. Mesmo despejando bilhões no mercado, o Banco Central não está conseguindo conter a evasão das verdinhas ianques, que se retiram do país como os ratos abandonavam o Titanic nas impressionantes cenas do filme de James Cameron.
MAIS E MELHOR
Há poucos meses, quando o PT festejava, em São Paulo, seus dez anos no governo da União, o tom ufanista dos discursos mostrava que o partido chegara à overdose de poder. - PODE JUNTAR QUEM QUISER, bravateou Lula, convicto de nova vitória do partido em 2014. - QUALQUER COISA QUE ELES TENTAREM FAZER, NÓS FAREMOS MAIS E MELHOR, prosseguiu o eufórico ex-presidente, nariz enfiado no pote do poder.
OVERDOSE DE PODER
Seguiu-lhe a arrevesada sucessora, tratando de mostrar serviço. Arrombou a ostra onde oculta sua sabedoria e extraiu esta pérola: -NÃO TENHO MEDO DE COMPARAÇÕES, INCLUSIVE SOBRE CORRUPÇÃO... Isso tem outro nome, claro. Mas é, também, overdose de poder. Poder sobre a própria imagem, sobre a sociedade, poder sobre os demais poderes, poder sobre a mídia, poder agregado, ano após ano, em sequências exponenciais perante auditórios interesseiros.
INCONFORMIDADE
Quatro meses depois foi a vez de o povo evidenciar que também ele tivera sua overdose de petismo. E saiu às ruas para pacíficas e civilizadas demonstrações de inconformidade. O povo deu uma olhada no próprio país e percebeu que, por trás da publicidade, dos cenários, das montagens, das invenções e versões, tudo - simplesmente tudo! - vai muito mal.
MAIS PAC, MENOS PIB
Depois de dois PACs lançados às urtigas, que não valiam a tinta e o papel gastos para redigi-los, a economia arqueja sobre uma infraestrutura carente de tudo que importa - energia, rodovias, ferrovias, armazenagem, portos. Quanto mais PAC, menos PIB. O rio São Francisco continua no mesmo lugar, levando, dolente, suas águas para o mar de Alagoas. Nas refinarias projetadas, nada se avoluma com maior rapidez do que o preço inicialmente previsto. Aqui, no Rio Grande do Sul, de onde escrevo, as ditas OBRAS DA COPA ficarão para depois da Copa. O prometido, jurado e sacramentado metrô de Porto Alegre ainda é um risco no papel, em eterna discussão. E a duplicação da travessia do Guaíba resume-se a um trabalho de computação gráfica. A Educação brasileira é a penúltima entre 40 países estudados pela Economist Intelligence Unit. A Saúde beira à perfeição. Sim, é um perfeitíssimo pandemônio! Nós, cidadãos, reconhecemos que houve uma inversão nos extratos sociais. Mudamo-nos para o submundo, para a zona de perigo, onde não existe a proteção da lei, onde padecemos nossa desdita sob a implacável violência do andar de cima. Ali, no andar de cima, é tudo ao contrário e o mundo do crime opera ao resguardo do imenso guarda-chuva gentilmente proporcionado pelo aparelho de Estado e suas leis. É isso que se chama, aqui, de Segurança Pública. Tudo por obra e graça do petismo que chegou à overdose de si mesmo e perdeu os próprios controles.