POVO DESCONFIADO
A alta incessante do dólar, nesses últimos dias, está deixando muita gente com pulgas atrás das orelhas. A preocupação fica evidente diante da forma com que a maioria está acompanhando a cotação da moeda, ou seja, como se jamais tivessem confiado muito na supervalorização do real.
ANALISTAS DESCONFIADOS
Até os analistas, que através de suas pretensamente infalíveis BOLAS DE CRISTAL em forma de relatórios, sequer imaginavam que a cotação da moeda norte-americana, tanto para este ano quanto para o próximo (2012), teria fôlego para ir além de R$ 1,60.
PREFERÊNCIA POR ABISMOS
Como se vê, uma coisa é o desejo, que as pessoas geralmente nutrem. Outra, bem diferente, é a realidade. Como politicamente incorreto, que prefere analisar em cima de fatos, sempre deixei claro o quanto não compactuei com a tese de que o dólar permaneceria com preço atrativo, a considerar a vontade inabalável dos nossos governantes em construir abismos.
INVESTIMENTOS E DESPESAS
Os brasileiros sensatos, que usam o discernimento, sabem muito bem do que estou falando (ou escrevendo). O Brasil carece, desesperadamente, de investimentos, em forma, principalmente, de infra-estrutura. A nossa opção, no entanto, tem sido pela construção de abismos, em forma de despesas. Em algum momento isto, obviamente, acabaria mal.
CRESCIMENTO ARTIFICIAL
Além do mais, o motivo que levou o país a ter crescimento do PIB nesses últimos anos é pra lá de conhecido. Chama-se CRÉDITO FÁCIL. Pois, esse mesmo crédito fácil, que acabou por produzir um crescimento artificial, já começa a dar sinais de esgotamento. O que também não era difícil de se imaginar.
LUCRO
Como o Brasil está carregado de dólares até o pescoço, caso o governo queira segurar um pouco a alta da moeda para evitar um forte surto inflacionário, ainda acabará lucrando bastante. Principalmente porque fez enorme posição a preços abaixo de R$ 1,60.
MONITOR FISCAL
O fato é que, junto com o início da elevação da cotação, no início da semana passada, entrou a velha desconfiança de que o dólar estava barato demais. Quem tem memória sabe que a qualquer momento tudo poderia mudar. Este receio faz com que muita gente entre comprando, pouco se importando com o que dizem os analistas. Ou seja, com o mercado não se brinca. Quando os compradores resolvem entrar para valer, não há vendedor capaz de conter o ímpeto. Ainda mais depois de tomar conhecimento do relatório do FMI de ontem (Monitor Fiscal), informando que o Brasil está entre os países emergentes mais vulneráveis a uma eventual deterioração fiscal, caso haja agravamento na crise econômica mundial.