FRÁGIL ECONOMIA DO RS
Volta e meia me sinto obrigado a escrever sobre o que acontece no meu Estado. Mesmo admitindo que a maioria dos leitores do Ponto Critico vivem além do RS muitos têm curiosidade de saber o que acontece com a frágil economia do Estado gaúcho.
PIB DO RS
Assim aproveito para analisar, com olhar exclusivamente técnico, o que está por trás dos números apresentados, nesta semana, pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) quanto ao comportamento do PIB do RS, que apresentou crescimento de 5,8% ,em 2013.
LETRAS GARRAFAIS
Primeiramente, um detalhe importante: no dia anterior à divulgação oficial, o governador Tarso Genro, que trabalha com muito afinco para destruir as contas públicas do Estado, divulgou, publicamente, um número fantasioso, dizendo que o PIB gaúcho havia crescido 6,6% ou 6,8% em 2013. E o mais interessante é que a RBS, maior grupo de comunicação do RS, sem se preocupar em checar a falha governamental, tratou de divulgar a besteira com letras garrafais.
AGROPECUÁRIA
Para quem não sabe, o PIB só cresce quando o setor primário vai bem. Em 2013, como a seca não se fez presente, o setor agropecuário cresceu 39,6%. Vale notar que além do clima favorável, o que promove o crescimento do setor primário não é o governo gaúcho, mas o federal. Basta observar que as máquinas são financiadas pelo BNDES e o financiamento das safras é feito pelo Banco do Brasil.
INDÚSTRIA
A Indústria (já era para lá de esperado) teve um comportamento pífio, crescendo apenas 2,9%. Isto graças ao forte crescimento do setor automobilístico, que apresentou alta de 17,2% em 2013. Nada do que aconteceu, diga-se de passagem, foi por obra do governo gaúcho. As isenções fiscais, que ajudaram no crescimento das vendas, foi concedida pelo governo federal. O governo do RS só contribuiu para atrapalhar o desempenho da indústria do RS.
ALIMENTOS E CALÇADOS
O que chama muito atenção é que o setor de ALIMENTOS apresentou queda de 1% em 2013. Ora, se a safra de grãos foi imensa e responsável pelo crescimento do PIB do RS, nada do que foi colhido foi transformado em alimento industrializado no Estado. Pode?Mais: considerando que o RS ficou muito conhecido, mundialmente, por ter formado um importante POLO CALÇADISTA, o desempenho do setor foi absurdamente deprimente: queda de 4,2%.
PARTICIPAÇÃO RELATIVA
Por fim, como estou no último bloco, não posso deixar de comentar a perda fantástica da participação relativa do RS na economia nacional, que não passa de meros 6,4%. Vale lembrar que depois de manter uma participação superior a 10% por muitos anos, nas três últimas décadas esta participação relativa só faz decrescer. Com esta breve análise é possível entender as razões que levam os investidores a desistir de investir no RS. Até aqueles que decidem pelo setor primário sabem do risco de invasões do MST, cujo laboratório central do país é o RS. Que tal?