EDITORIAL DE ONTEM
No editorial de ontem fiz referência à enorme injustiça social que representa o sistema de aposentadoria oficial dos trabalhadores da iniciativa privada, conhecido como INSS. Voltei a este velho tema, repito, em função do reajuste de 5,56% que o governo concedeu aos aposentados do INSS que ganham acima do salário mínimo.
ROMBO
Referi, como pode ser lido em ARTIGOS ANTERIORES, que as contribuições daqueles que estão na ativa não suprem o valor da conta dos pagamentos feitos aos aposentados, o que propõe a existência de um ROMBO ANUAL de mais de R$ 45 bilhões, que precisa ser suportado pelos pagadores de impostos.
INJUSTIÇA AINDA MAIOR
Pois, para quem imagina que é nas contas do INSS que reside a maior injustiça social praticada neste pobre país, volto a insistir que existe uma outra INJUSTIÇA SOCIAL ainda mais perversa: as aposentadorias dos servidores públicos federais, que devem fechar 2013 com um ROMBO superior a R$ 60 bilhões.De novo: ROMBO EM CONTAS PÚBLICAS PRECISA SER COBERTO COM IMPOSTOS. Ou seja, o povo brasileiro paga mais da metade do que os aposentados do serviço publico federal recebem do Tesouro Nacional. Que tal?
ESCLARECIMENTO
Para que não paire qualquer dúvida e/ou mal entendido sobre o tema é bom que esclareça o seguinte: 1- a previdência dos servidores públicos federais abriga menos de 1 milhão de beneficiários e dá um rombo superior a R$ 60 bilhões/ano; enquanto isso, 2- o número de beneficiários do INSS é de 30 milhões (30 vezes mais) e, mesmo assim, proporciona um ROMBO menor, de R$ 45 bilhões.
IMPOSTOS
Fazendo uma conta rápida: o ROMBO total das duas previdências (uma de primeira classe e outra de segunda classe) perfaz R$ 115 bilhões, que lamentavelmente, precisa ser pago com os impostos. Impostos, como se sabe, são pagos pela sociedade. Que tal?
DIREITO ADQUIRIDO
Agora o que é ainda mais revoltante: os aposentados do serviço público federal tiveram reajuste muito maior do que a inflação, pois todos recebem salários integrais, como se estivessem na ativa. Maravilha, não? Pois é. Sabem porque é assim? Porque o DIREITO ADQUIRIDO dos beneficiários é igual ao DEVER IMPOSTO aos pagadores da conta. Pode?
REFORMAS URGENTES
Como se vê, enquanto esta situação não for modificada o Brasil não tem como ser competitivo. Não adianta ser esperançoso, rezar para que tudo dê certo ou mesmo pular as sete ondas, como muita gente fez na entrada do ano novo. O que o Brasil precisa é de REFORMAS URGENTES.