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01 fev 2010

ABRINDO O BICO


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DESABAFO COERENTE
As declarações, em tom de desabafo, feitas pelo comandante do 11º BPM do RS, o tenente-coronel Sérgio Simões, publicadas na ZH de sábado, 30/01, deixou a mim e mais 99% dos gaúchos um pouco mais confortados. Não pelos resultados que os ditos vão promover, mas porque alguém da área de segurança do Estado, finalmente, resolveu abrir o bico.
CONSTATAÇÃO
A constatação conferida pelo comandante da BM, de que a polícia prende várias vezes o mesmo bandido, e a Justiça, por sua vez solta, imediatamente, o criminoso, é mais do que velha. Diante de tantos e repetidos casos, já não cabe falar de má vontade para com a Justiça. Trata-se, de novo, de pura constatação. Coisa palpável. Real.
DIVIDINDO OS ADJETIVOS
Nas diversas oportunidades que ousei afirmar, com fundamentos claros, de que as instituições públicas gozam do mais puro descrédito, mesmo assim não faltaram as costumeiras mensagens me taxando de ácido, pessimista e pouco esperançoso. Agora, pelo visto, alguém mais vai dividir comigo tais adjetivos.
DEPUTADOS ÁGEIS
O tenente-coronel Sérgio Simões prega, ao longo da entrevista, que os deputados precisam ser mais ágeis. Aí, infelizmente, o comandante da BM cometeu um grande erro. Os deputados, ao contrário do que afirma, são muito ligeiros, gente. Principalmente, ou exclusivamente, quando precisam aumentar seus benefícios.
ATROCIDADES
Esses mesmos deputados, federais e/ou estaduais, são absolutamente nulos e desinteressados na arte de promover uma legislação mais adequada para uma segurança pública à altura das necessidades do povo. Ainda mais quando se leva em consideração os níveis impressionantes de atrocidades em todo o território nacional.
AJURIS
Diante de tanta obviedade, que de forma muito tardia foi exposta por um categorizado agente de segurança pública, o mais interessante mesmo foi a reação pra lá de absurda, do presidente da Associação dos Juízes do RS, - Ajuris, João Ricardo dos Santos Costa, ao dizer que o oficial da BM reeditou um clichê surrado. E arrematou dizendo que essa história de Polícia prende e Justiça solta já é ultrapassada. Pode?
O PUFE DA GOVERNADORA
Se houvesse um interesse sinérgico das lideranças, coisa impensável no RS, as autoridades deveriam se reunir para resolver o assunto. E não para criticar o que não pode ser criticado. A insegurança é uma realidade, gente. Dura, séria e complicada. Tem toda razão o comandante Simões quando diz que a sociedade e seus representantes estão, exclusivamente, preocupados com o pufe da casa da governadora. O resto pode esperar -ad eternum-, pois não tem a mínima importância.