GRANDE MOTIVO
A decisão do governo, de tributar com o IOF a entrada de capitais internacionais destinados às aplicações financeiras, tanto em títulos de crédito quanto em ações, foi motivada por pura vocação. A vocação por tributar.
DESESPERADOS
É possível que muita gente, neste momento, esteja ao lado do governo, entendendo que algum freio precisava ser colocado para tentar segurar a valorização contínua do real frente ao dólar. À frente dos desesperados estavam, obviamente, os exportadores, que alegavam perda de competitividade face à apreciação do câmbio.
CONTRÁRIO
É óbvio que terei dificuldades de ser entendido, principalmente porque muita gente me enxerga como um eterno insatisfeito com as decisões tomadas pelo governo. Mesmo assim vou insistir. E de pronto já me coloco contrário à mais esta decisão, que, tomem nota, não produzirá os efeitos esperados pelos apaixonados.
NA SAÍDA
Mesmo que o governo entenda que a solução para os problemas do país é aumentar a tributação, o que é um grande absurdo, ainda assim cometeu mais um grave erro. Se a vocação do governo é tributar, o menos pior seria tributar os capitais na saída, e não na entrada. Até porque é a data da saída que identifica o prazo de permanência do dinheiro no país.
CUSTO DIRETO
Portanto, o que o governo decidiu, ontem, não foi punir o decantado -
capital especulativo
-, que, eventualmente, permanece aqui por prazo curto. A medida, como se vê, sequer distingue prazo de permanência do capital. Simplesmente tributa. E na entrada. Um custo direto para o investidor.
DESPESAS
É possível que, diante das dificuldades enfrentadas, os exportadores e outros simpatizantes não estejam percebendo que a decisão só tem um beneficiário: o caixa do Tesouro. O dinheiro a ser arrecadado com o IOF será utilizado para despesas. Despesas pra lá de indecentes. Isto, gente não é um prognóstico, mas uma simples verdade. Alguém discorda?
CARAS E BOCAS
O curioso, mas também lamentável, é que muitos empresários se apresentam com caras e bocas declarando que é insuportável o tamanho da nossa carga tributária. E, no momento seguinte, vibram quando o governo cria mais um imposto. Aí é duro.