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19 set 2007

A REVOLUÇÃO FARROUPILHA


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VIVENDO DO PASSADO
Amanhã, 20 de setembro, o RS festeja a sua grande data: a Revolução Farroupilha. O conflito, que teve início em 1835 e se prolongou até 1845, além de sangrento rendeu muitas notícias. E foi considerado pelos demais brasileiros como um ato de bravura.
ESFARRAPADOS
Os revolucionários sul-riograndenses, vinculados ao Partido Liberal, passaram a ser chamados, pejorativamente, de Farrapos ou Farroupilhas, uma alusão à gente esfarrapada. O termo, oriundo do parlamento, com o tempo acabou sendo também adotado pelos próprios revolucionários, da mesma forma como ocorreu com os sans cullote à época da Revolução Francesa.
FESTA DA DERROTA
Os festejos do 20 de setembro, data Farroupilha, são de tal importância para os gaúchos que sequer levam em consideração que, para os revolucionários a Guerra dos Farrapos foi uma batalha perdida. O Tratado de Ponche Verde, que deu por encerrado oficialmente o conflito, foi uma grande armadilha. Jamais foi cumprido ou respeitado. Mesmo assim os gaúchos festejam. Festejam, enfim, uma derrota.
CORAGEM SEPULTADA
Sem entrar no mérito da questão que levou os gaúchos à Guerra dos Farrapos, o que chamou muito a atenção, à época, foi o lado corajoso, o destemido espírito valente e guerreiro do gaúcho. Lamentavelmente, este espírito guerreiro desapareceu em 1845. Foi sepultado com o fim da Guerra dos Farrapos.
SEM REAÇÃO
Como gaúcho que sou, e pelas perseguições que ainda sofro por dizer o que penso, posso falar abertamente sobre o assunto sem qualquer receio. E argumentos não me faltam. Basta observar o que está acontecendo atualmente no nosso país e, particularmente, no falido Estado do RS: o gaúcho está muito amedrontado, acovardado e conformado. Já não reage mais a coisa alguma. Os espíritos dos antepassados guerreiros devem estar tristes de ver no que resultaram as suas bravas atitudes de outrora.
HINO RIOGRANDENSE
Os gaúchos de hoje, salvo algumas exceções, decididamente perderam a coragem e a iniciativa. Vivem da saudade e do orgulho de seus antepassados cantando o Hino Riograndense, embora o que consta na letra nada tenha a ver com a atual realidade do Estado e do país.
LAMENTO
As façanhas dos gaúchos guerreiros do século 19, que deveriam servir de modelo a toda a Terra, cantada em voz sempre mais alta em todas as ocasiões festivas, já não existem. Ninguém mais pega nas armas, ninguém mais grita com força contra a corrupção e safadezas. Enfim, o povo do RS se apresenta hoje totalmente dominado pelas corporações, que simplesmente tomaram conta do Estado. Só restaram as lembranças e a covardia. Lembranças de um momento corajoso distante e que não mais se repete. Para a nossa tristeza e de todos os brasileiros que imaginavam que os gauchos ainda poderiam salvar o país. Lamentamos todos.