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10 dez 2012

A REAÇÃO EXPLICA TUDO


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THE ECONOMIST
Quando li, na última sexta-feira, o que a revista britânica The Economist publicou a respeito do mau desempenho da economia brasileira (com o título O Brasil Despenca), sugerindo, inclusive que o ministro da Fazenda, Guido Mantega deveria ser demitido, naquele exato momento comecei a escrever o editorial de hoje.
O BRASIL (NÃO) DECOLA
O meu único propósito era lembrar que fui um dos raros comunicadores que contrariou a The Economist, quando na edição de 11/12/2009 (exatos dois anos atrás) a importante revista britânica dedicou a capa ao Brasil, com a foto do Cristo Redentor subindo como um foguete, com o título: O Brasil Decola.
EQUÍVOCO
Naquela ocasião, volto a afirmar, considerei um equívoco o que a The Economist publicou sobre o Brasil. Lembro, por conseguinte, as críticas agressivas que recebi por não concordar com a revista, que dizia que o Brasil estava pronto para se tornar a quinta maior economia do mundo em uma década após 2014, ultrapassando o Reino Unido e a França.
REAÇÕES FURIOSAS
Quando já estava com o editorial praticamente concluído, evidenciando o baixo conhecimento do repórter britânico sobre o Brasil, eis que no final da tarde (de sexta-feira) me deparei com as reações furiosas, tanto da presidente Dilma Rousseff quanto do ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, condenando o que a revista publicou quanto à incapacidade do ministro Mantega.
PLÁGIO
Pois, ontem, ao ler a Carta ao Leitor da revista Veja que acabara de chegar ao meu endereço, cheguei a pensar que não deveria publicar este editorial. Simplesmente, porque muitos leitores do Ponto Critico poderiam (com boa dose de razão) imaginar que eu estaria plagiando a Veja.
EM FRENTE
Porém, quando me veio a lembrança de que a Veja, lá em 2009, não foi capaz de contrariar a The Economist e só agora expõe as razões para o mau desempenho da economia brasileira, resolvi ir em frente ressaltando o tipo de comportamento de quem só desenvolve a incompetência. As decisões tomadas por Mantega provam claramente isto. E a reação de Dilma confirma tudo.
A VELHA ARROGÂNCIA
Em 2009, o governo petista brasileiro se sentiu feliz, realizado e convencido de que a The Economist era a melhor e a mais séria revista deste mundo porque elogiava o nosso país e, por consequência, o governo Lula. A velha arrogância encobria a visão de que muita coisa pudesse dar errado (como veio a acontecer de fato). Agora, quando o mundo já percebeu que o Brasil não foi preparado para decolar, mas para despencar para o passado, quem não presta é a revista The Economist. Para finalizar, eis aí a última projeção de crescimento do PIB 2012, segundo consta no boletim da revista Focus ( divulgado hoje pela manhã pelo Banco Central): queda de 1,27% (dado da semana passada) para 1,03%. Que tal? Ah, a previsão para 2013 também recuou. De 3,7% para 3,5%. Os grandes culpados disso tudo são: o Ponto Critico e a The Economist. Certamente.