RAZÕES PARA TANTO ÓDIO
No seu blog, como compartilhou o jornalista Políbio Braga, o administrador e consultor de empresas, Stephen Kanitz, comentou algo que a maioria dos jornalistas e professores detestam lembrar: em 1964, tão logo assumiram o governo (daí a razão para tanto ódio que destilam contra os militares), os militares decidiram dar fim, por emenda constitucional, ao artigo 213 que garantia um escandaloso e nojento privilégio a todos os jornalistas, escritores e professores.
NENHUM IMPOSTO
Para quem não sabe, ou não lembra, entre 1934 e 1964 (30 anos), como dizia o artigo 113 nº 36 da Constituição Federal de 1934, “Nenhum imposto gravará diretamente a profissão de escritor, jornalista ou professor”.
SEGREDO BEM GUARDADO
Segundo Kanitz, este é um dos segredos mais bem guardado pelos nossos professores de história, a ponto de nem os novos militares, jornalistas, professores de história e escritores de hoje saberem o que ocorreu de fato.
O fato, comprovado, é que por 30 anos foi uma farra: algumas faculdades vendiam diplomas de jornalista. Mais: até arcebispo era jornalista. Com esta medida (não era para menos) os militares de 1964 antagonizaram, em menos de dois meses de poder, toda a elite intelectual deste país.
ÓDIO
O ódio foi de tal tamanho, que até hoje muitos jornalistas seguem fazendo o coração e as mentes das novas gerações. Vale lembrar o que escreveu o historiador João Amado: “A maior parte da grande imprensa participou do movimento que derrubou o Presidente João Goulart e foi, sem dúvida, um dos vetores de divulgação do fantasma do comunismo”.
PERSEGUIÇÃO CLASSISTA
O próprio João Amado considerou que o fato de ter que pagar imposto de renda foi uma legítima “perseguição” classista. Já o professor e escritor Antônio Calado escreveu dizendo que “O Golpe foi certo, mas seus desdobramentos errados”. Calado se tornou um de seus grandes opositores, um ano depois.
DIREITA
Se os militares fossem de fato de -direita-, como jornalistas, professores de história e escritores não pararam de divulgar, eles provavelmente teriam sido incluídos nesta lista classista, conclui Kanitz. Que tal?