CONTRA E A FAVOR DA PEC 241
Vê-se, claramente, em vários pontos do nosso empobrecido país, vários grupos se manifestando, alguns inclusive com muito barulho, totalmente contrários à aprovação da PEC 241, que estabelece um Teto dos Gastos Públicos (no Senado passou a ser PEC 55).
CÂNCER INTACTO
Pois, respeitando a liberdade e, portanto o direito que cada leitor tem de se declarar contra e/ou a favor de uma lei que estabelece um Teto (futuro) para os Gastos Públicos, vejo que são raros aqueles que realmente perceberam que a PEC 241, ou 55, não age minimamente contra o terrível e pavoroso CÂNCER que está, literalmente, destruindo as finanças do país, notadamente dos Estados e Municípios.
INSISTO
Mesmo consciente de que o Ponto Critico só consegue ser compreendido por pessoas instruídas e/ou com alguma capacidade de raciocínio, VOLTO A INSISTIR: por mais que a PEC 241 consiga conter futuros GASTOS PÚBLICOS (o que não é uma garantia), o fato é que o CÂNCER, que nada mais é do que as DESPESAS DE PESSOAL –ativos e inativos do setor público-, que se mantém salvos por cláusulas pétreas, permanece intocável.
DOENÇA-CAUSA
Como o assunto é muito sério, o recomendável neste momento é que fossem colocadas potentes sirenes alertando, constantemente, que enquanto for mantida intacta esta grande DOENÇA-CAUSA, nada vai melhorar. Antes de tudo, portanto, muita ATENÇÃO: a PEC 241 (ou 55), por mais que consiga produzir bons resultados, será incapaz para estancar a hemorragia.
SEIS MESES DE GOVERNO
O incansável economista e pensador Ricardo Bergamini, que muito tem contribuído com seus estudos pormenorizados sobre o tema, diz mais: o atual governo, nos seus seis meses, promoveu um acréscimo de gasto com pessoal federal em torno de R$ 60,0 bilhões. Detalhe: esse gasto não é transitório ou eventual, mas para uma geração em torno de 50 anos, além de que gera um efeito cascata nos estados e municípios, que elevará esse acréscimo consolidado pelo menos para R$ 120,0 bilhões com a justificativa falsa, mentirosa e cretina que está previsto no orçamento, que no acumulado em doze meses encerrado em setembro de 2016, o déficit nominal (déficit com juros) alcançou R$ 576,8 bilhões (9,42% do PIB). Onde existe espaço para aumentos salariais?
HORROR EM NÚMEROS
Mais ainda: ao longo dos próximos 10 anos, como foi divulgado na mídia neste final de semana, 48% dos servidores estaduais hoje na ativa – praticamente a metade da força de trabalho – terão direito a pedir a aposentadoria. Serão 1,8 milhão de funcionários públicos com direito a reivindicar um pecúlio para o resto da vida. “Pelas regras atuais, os sistemas previdenciários estaduais não vão suportar a conta e a crise, hoje concentrada em alguns Estados, vai se espalhar”, diz o economista Nelson Marconi, professor da FGV e autor do levantamento.