REPORTAGEM ESCLARECEDORA
A excelente reportagem feita pelo jornalista Giovani Grizzoti, exibida ontem no Fantástico (TV Globo), confirma de forma absoluta e definitiva tudo aquilo que grande parte da sociedade brasileira suspeitava a respeito da existência de uma triste indústria de multas de trânsito, aplicadas eletronicamente.
DE CHORAR
Independente da mais do que costumeira e corriqueira corrupção que impera nas mais diversas licitações feitas pelo Poder Público, aquelas que tratam especialmente das compras e instalações dos chamados -pardais e caetanos- é de fazer o povo chorar. De raiva, certamente.
ROUBADOS
A safadeza, o conluio e a locupletação que as gravações feitas pelo repórter dizem bem o quanto estamos sendo roubados. Tanto como contribuintes de impostos (através do superfaturamento dos equipamentos), quanto pela quantidade de multas aplicadas (cujos valores vão diretamente para os bolsos dos fabricantes dos equipamentos e dos servidores públicos envolvidos no esquema).
AUTORIDADE OMISSA
As suspeitas de que havia uma indústria de multas eram muito grandes. Faltava, entretanto, a prova do crime. Como a autoridade pública é quase sempre omissa, certamente por interesse no faturamento da farsa, nada fez. Assim, mais uma vez, coube à imprensa a tarefa de desvendar a tramóia.
DUVIDO
Pois, embora o crime esteja desvendado, duas dúvidas cruéis continuam nas nossas mentes: 1- o Estado e os Municípios vão devolver os valores das multas aplicadas e arrecadadas, uma vez que não se sabe quem é realmente o infrator? 2- Algo vai realmente mudar daqui pra frente? Duvido.
SOBRE O JAPÃO
Entre as cenas da tragédia que atinge o nordeste do Japão, uma delas é de deixar os países menos desenvolvidos com a cara no chão: não há notícias de saques nas regiões atingidas. A resposta para isto tem nome: EDUCAÇÃO.
ÍMPAR
Em que pese o custo e as dificuldades para o reerguer as cidades destruídas pelos terremotos e pelo fantástico e arrasador tsunami, é pela educação do povo japonês que a esperança é considerada como a última coisa que, efetivamente, pode morrer. Com um plano correto, inteligente e factível, a esperança na reconstrução é sempre possível. E, nisto, o Japão é ímpar.