REALIDADE
É fato indiscutível que a atual cotação do dólar esteja deixando os nossos exportadores muito preocupados. Também é fato indiscutível que o Brasil tem baixa capacidade para competir no mercado internacional. Isto é uma realidade.
AMEAÇA SÉRIA
Se, por outro lado, os importadores e os consumidores estão eufóricos, o governo nem tanto. Afinal, o déficit das transações correntes já representa uma séria ameaça às nossas contas públicas para este ano, piorando ainda mais no próximo. Coisa pra lá de séria, gente.
DOING BUSINESS
Pois, antes que alguém se convença de que a Guerra Cambial é a responsável pela desvalorização expressiva do dólar no mercado internacional como um todo, sugiro que os mais alarmados leiam o relatório do Banco Mundial ? DOING BUSINESS. Caso Lula e sua equipe tivessem lido o importante relatório, das duas uma: ou teriam desistido de participar da Reunião do G-20, em Seul, cujo tema principal era o câmbio, ou só iriam lá para tratar de outro assunto.
PLAYERS
É mais do que óbvio que só pode se preocupar realmente com o câmbio quem, efetivamente, opera pra valer no comércio exterior. Como a participação do Brasil é simplesmente insignificante (na ordem de 1,2% dos negócios realizados no exterior) não pode reclamar.Este é um problema para os verdadeiros players, como EUA, China, Alemanha, Japão, Rússia, Índia, etc.., cujas participações são relevantes.
RELATÓRIO
Agora observem o que diz o relatório Doing Business 2011, do Banco Mundial (www.doingbusiness.org): Entre os 183 países analisados, o Brasil aparece da seguinte forma: 127º lugar na Facilidade para fazer negócios-;122º lugar em Registro de Propriedades-; 74º lugar na Proteção a Investidores;152º lugar no Pagamento de Impostos; 98º lugar no Cumprimento de Contratos. Que tal?
POSTURA
Muito antes de reclamar do câmbio, o Brasil precisa fazer alguma coisa para melhorar no ranking. A nossa posição explica que o Brasil continua mergulhado numa lamentável matriz Nacionalista. A partir do governo Collor o país chegou a experimentar a Matriz Globalizante, mas só ficou mesmo na tentativa. O câmbio, portanto, nada tem de errado. O problema está na nossa postura.
EXPORTAÇÕES
Para finalizar eis a nossa participação mundial nas EXPORTAÇÕES de Bens de Serviços, desde 2004. Leiam e tirem suas próprias conclusões a respeito da participação do Brasil na tal Guerra Cambial: 2004- U$ 96,6 mi (0,85% do total mundial)2005- U$ 118,5 mi (0,92%)2006- U$ 137,8 mi (0,93%)2007- U$ 160,6 mi (0,93%)2008- U$ 198,0 mi (1,00%)2009- U$ 153,0 mi (0,97%)2010- U$ 192,0 mi (1,05%) - previsão feita pelo BC