ALERTAS CONSTANTES
Diante de manifestações que recebo de alguns leitores, que de antemão merecem todo o respeito, percebo que os constantes alertas que venho emitindo quanto às dificuldades que a economia brasileira vai, inevitavelmente, enfrentar num prazo médio (dois ou três anos), não estão agradando.Para esses, o pessimismo exposto através das minhas críticas não passa de má vontade para com o governo Dilma.
TORCEDOR DO FRACASSO
Pois, mesmo sabendo que corro risco de vir a ser taxado de torcedor do fracasso, vou continuar insistindo. Consciente, inclusive, de que os esforços despendidos com o propósito de ESCLARECER a opinião pública não garantem a certeza do CONVENCER.
MAU CAMINHO
Portanto, caso algum leitor/assinante se sinta aborrecido com as minhas insistências peço que observe com clareza o que está acontecendo. Só assim conseguirá entender que o caminho adotado pelo governo não é nada bom para a frágil saúde da economia brasileira.
SEM IRONIAS
Para que ninguém diga que os editoriais não passam de textos especulativos, com expectativas negativas sem possibilidade de serem provadas, vou me deter, exclusivamente, a FATOS. Ok? Prometo, inclusive, que mais adiante, quando a cobra já estiver fumando, não usar as velhas e célebres frases irônicas, tipo: EU AVISEI...; EU NÃO DISSE?; ou, EU JÁ SABIA (...). Então vamos lá:
FATOS 1, 2, 3 E 4
FATO 1- As doenças que estão destruindo os tecidos do corpo Brasil já são por demais conhecidas.FATO 2- O tratamento que poderia garantir, no mínimo, meio século de boa saúde, idem. FATO 3- A equipe médica escolhida pelo povo (governo atual), por questões ideológicas se nega a fazer as cirurgias que o diagnóstico determina como necessárias para tornar a economia realmente saudável. FATO 4- Com o propósito de manter o povo (paciente) otimista, alegre, feliz e vibrante, imaginando que tudo está às mil maravilhas, o governo resolveu aplicar doses potentes de CRÉDITO nas veias.
FATO 5 - CRÉDITO
FATO 5- O CRÉDITO, como é sabido, ministrado de forma exagerada é uma droga perigosa, altamente viciante. Como já está se mostrando, aliás, neste momento. Portanto, mesmo que o médico-chefe diga, insistentemente, que o VOLUME DE CRÉDITO já injetado não preocupa (já representa 48% do PIB), o fato é que o percentual de endividamento das famílias brasileiras já chegou a 22%, ou seja, índice superior ao dos EUA, que está em 18%. Detalhe importante: os EUA são o país do crédito, que por sinal desencadeou a crise por lá.
BOLHA TUPINIQUIM
Diante de um quadro tão complicado, o sistema financeiro precisa frear a concessão de crédito. O índice de inadimplência, queiram ou não, se elevou dramaticamente (dobrou nos últimos doze meses), chegando a 5,5%. Esta realidade informa que a redução dos juros bancários já não basta. Agora, o risco maior é continuar emprestando para quem já está com a corda no pescoço.A nossa BOLHA TUPINIQUIM, portanto, está em formação. O estouro, mesmo não sendo pra já, não se dará por uma crise bancária que está provisionando a crescente inadimplência. Ela vai frear o consumo, cujas consequências serão sérias. Como o corpo Brasil exige amputações para continuar respirando sem aparelhos creditícios, ficar mexendo nas consequências, sem atacar as legítimas causas, é propor a contratação de novas e ainda mais sérias doenças. FATO 6- Não há dúvida de que o Brasil precisa, com urgência: - enfrentar um sério regime de emagrecimento (redução de despesas); - ganhar musculatura para ser um país efetivamente competitivo (com aumento decisivo de poupança e investimentos);- investir pesadamente em educação, preparando o povo para o futuro com mais saúde. FATO 7- Como se vê, o tratamento dos males que minam o já frágil corpo brasileiro passa por tudo aquilo que há muitos anos permanece absolutamente intocável.