Por Stephen Kanitz
“Cuba não conseguiu a prosperidade socialista devido a um embargo comercial imposto pelos Estados Unidos”
O que não é ensinado é que Fidel Castro expropria em 1960 , 384 grandes empresas, hotéis, bancos, cassinos, exportadoras, fazendas de cigarros, a maioria americanas.
E mais 4.000 pequenas e médias empresas a maioria pousadas e restaurantes que atendiam o pungente turismo americano.
Criar uma encrenca dessas com seu maior parceiro comercial, com um mercado de 300 milhões de habitantes logo ao lado, foi um erro administrativo e econômico monstruoso.
Tudo por uma ideologia anti capitalista. O turismo cessou no dia seguinte.
As exportadoras não tinham mais para quem exportar nos Estados Unidos. Todos os vínculos comercias são literalmente destruídos, os diretores de vendas e compras americanos fogem de Cuba.
Só que Cuba não poderia mais vender aos Estados Unidos por que os dólares seriam confiscadas para saldar a dívida Cubana com as expropriações de ativos americanos.
Americanos não podiam mais exportar para o governo cubano pelas mesmas razões.
A Lei de Reforma Agrária foi assinada em 17 de maio de 1959 nacionalizou quase 50% das terras, deixando 41% da superfície agricultável nas mãos do Estado e 31,6% nas mãos de pequenos agricultores.
E para piorar ainda a situação Fidel Castro aumenta todas as tarifas de importação vinda dos Estados Unidos, ou seja quem criou um embargo foi justamente Fidel Castro.
Algo que Taiwan numa situação parecida não fez.
Os Estados Unidos simplesmente retaliaram a expropriação de 80 bilhões de dólares pelos Cubanos.
A recusa dos Cubanos de pelo menos pagarem os 80 bilhões de dólares das empresas nacionalizadas, mesmo a prazo, foi o que travou as relações entre os dois países.
Cuba poderia ter se tornado uma Flórida 2, onde os próprios cubanos gerentes e administradores dessas empresas expropriadas que fugiram e tornaram Flórida o que ela é hoje.
O que não é divulgado, é que Cuba iria perder nos anos seguintes, todo o segundo escalão administrativo e qualificado dessas 4384 empresas estatizadas, que fogem para Flórida, e a fazem prosperar.
Muitos desses administradores, gerentes e proprietários de empresas se reassentaram em lugares como Miami, contribuindo para a forte comunidade cubano-americana que existe lá hoje.
Afirmar que Cuba é pobre devido ao “bloqueio”, é uma mentira fabricada.
Cuba sempre pode comprar e exportar para a Rússia, França, Brasil, pagando 10% mais caro de frete.
Cubanos poderiam ganhar fortunas sendo CRM de empresas americanas.
Pelos 80 bilhões que Cuba recusou devolver preferiram ficar estagnados por 70 anos.
Por Percival Puggina
Mas é infâmia de mais!... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares.
Castro Alves, Navio Negreiro
As perguntas que farei perturbam meu sono e são comuns ao cotidiano de milhões de cidadãos brasileiros. Como não ser assim, se a nação se dilacera e degenera, o sectarismo se empodera, a burrice impera, o crime prospera, a política se adultera, a Têmis se torna megera e os omissos somem ou dormem? Só eu acordo nas madrugadas pensando nesses motivos pelos quais 41% dos brasileiros (1), entre os quais 55% dos nossos jovens (2), só não desistem do Brasil por não terem condições financeiras de arrancar as folhas de um passado sem esperança e redigir seu futuro noutro lugar?
Os responsáveis por isso conseguem dormir? A nação se inquieta pela apatia de representantes omissos que tanto lhe custam. Como é insignificante, aliás, a relação custo/benefício, somados o mal que fazem e o bem que deixam de fazer! Como conciliam o sono e a culpa? A que destroços, a cupidez e a conveniência pessoal em condomínio com a injustiça reduziram tais almas? Elas simplesmente somem dos plenários quando, da tribuna, algum de seus pares lhes cobra pela apatia e a destruição das instituições!
No entanto, a realidade que vemos é sinistra. O Estado se agiganta perante a sociedade a que deveria servir. A juventude recebe uma educação de qualidade vexatória, últimos lugares nos rankings internacionais do PISA e da OCDE; a cultura nacional está degradada e o próprio QI dos brasileiros, por falta de estímulos, pode estar em regressão. Há décadas, os discípulos de Paulo Freire controlam e tornam cada vez mais sectária a educação nacional, transformando-a numa fábrica de ignorantes miseráveis, com as bênçãos do Estado. Quem escapa dessa máquina de moer cérebros prospera e vira réu no tribunal da desigualdade!
Resultado: chegamos a setenta e cinco milhões de seres humanos dependendo da assistência social do Estado. Do Estado? Sim, sim, o ente causador de todo esse mal aceita sem qualquer constrangimento posar de benfeitor. A pergunta que poucos fazem é: “Se o culpado não for o Estado, quem haveria de ser?”. Certamente a culpa não pode ser imputada a quem decide investir, correr riscos, gerar empregos, pagar salários e ser extorquido com impostos, taxas, contribuições. Essa pergunta derruba século e meio de mentiras sobre os sucessos do socialismo.
Eu quero o meu país de volta! Eu o vi antes, imperfeito, mas humano. Não era uma Suíça, mas era um país amável. O Brasil tinha boa reputação. Hoje é um país de má fama. Eu o quero moderno, mas com aqueles bens do espírito e naquele ânimo nacional que se comoveu e se moveu solidário quando as águas cobriram o abismo no Rio Grande do Sul. Eu quero de volta a energia inusitada que, durante oito anos, saudoso do “meu Brasil brasileiro, mulato inzoneiro”, me levou para cima dos carros de som a verberar corruptos, defender a liberdade e resistir à perdição de uma nação.
Impossível não evocar os versos finais de Navio Negreiro, esbravejados por Castro Alves, se vejo avançar o poder da Casa Grande, a se refestelar em folguedos e extravagâncias, enquanto garroteia direitos de cidadãos outrora livres.
(1)
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/polarizacao-politica-41-dos-brasileiros-mudariam-de-pais-se-pudessem-diz-quaest/
(2)
https://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2022/08/17/55percent-dos-jovens-brasileiros-deixariam-o-pais-se-pudessem-diz-pesquisa.ghtml