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A extrema esquerda em lockdown mental - 24.06.24


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Por Percival Puggina

 

Para a extrema esquerda, silenciar as redes sociais é questão de sobrevivência! Antigamente, seu pessoal tinha hábitos de leitura, dirigentes e militantes escreviam e frequentavam livrarias. Exibir ao menos um certo “verniz intelectual” era tão importante que até os camaradas mais vadios, nada estudiosos, portavam “livros de sovaco”, jamais lidos, mas levados para passear e chamar atenção. Conheci e debati com vários.

 

Paulo Freire acabou com isso. Os atuais professores aprenderam dele que o importante é a conscientização e o uso de palavras com poder de causar esse efeito (1). Os verdadeiros objetivos da revolução cultural podem ser alcançados, então, com multidões militantes e votantes, tão incultos quanto fortemente motivados. Eis por que resulta inútil discutir com extremistas de esquerda. Eles nada sabem sobre a organização de um argumento, sobre premissas e conclusões, mas percebem toda contraposição como assédio maligno, rejeitado por ser moralmente inferior... Vivem em lockdown intelectual. Se o objetivo é conquistar corações, quanto mais vazias as mentes, melhor. Para os sentimentos que quer provocar, é suficiente um bom arsenal de substantivos e adjetivos esparsos devidamente trabalhados.

 

Até o velho “livrinho vermelho dos pensamentos de Mao” ou o Minidicionário do guerrilheiro urbano” se tornam exemplos de loquacidade desnecessária. Palavras eficientes, fazem o serviço em corações e mentes esvaziadas e manipuladas de modo emotivo em sala de aula. Observem Lula. Todo discurso dele fala em pobreza, fome, desigualdade, raça, opressão, ganância, exclusão, exploração, discriminação, injustiça social e por aí vai. Paulo Freire na veia da testa.

 

Dado que o método exige repetição sem fim, anexa ao prédio da extrema esquerda opera sua fábrica de “mantras”.  Dali saem etiquetas da moda para rotular os adversários: fascista, racista, machista, nazista, golpista, negacionista, terraplanista, extremista e mais recentemente as acusações preferidas: discurso de ódio e fake news. É pouco, mas ganha potência se as imputações forem associadas a algum tipo penal preexistente, ou a ser criado ou, ainda, considerado suficiente para justificar censura e repressão, lançando a Constituição às urtigas. Ali também operam as contradições do progressismo retrógrado, do multiculturalismo anticristão e antissemita, do pluralismo que não admite contradição e – novo achado da cartola! – o gabinete da ousadia, para onde o extrema esquerda levou sua conhecida experiência em amabilidades e meiguices.

 

Quando estou estressado com a situação do país, tenho duas possibilidades de recuperar a paz: vou à Igreja rezar ou escuto certas falas, entre outros, de meia dúzia de ministros do STF. São lições gentis de mansidão e equilíbrio. Quando me inquieto na busca da verdade, posso ler a Imitação de Cristo ou me aprofundar em vídeos com discursos de Lula.

Ante os olhos vagos e baços da maioria do Congresso, os outros dois poderes de Estado montam seus aparelhos para patrulhar opiniões.

  1. Sobre o tema, indico fortemente a leitura do livro “A pedagogia do marxismo”, de James Lindsay, ed. Avis Rara 2024.