SAINDO DO SILÊNCIO
Nos últimos cinco dias, a presidenta Dilma, que vinha se notabilizando mais por ser comedida nas aparições e nas declarações, bem diferente do seu criador muito falastrão, compensou o silêncio com algumas observações equivocadas.
JUSTIÇA SOCIAL?
No último sábado, no Sorteio das Chaves da Copa de 2014, Dilma já havia declarado que o Brasil, além de uma economia estável, desfruta de Justiça Social. Ora, onde está esta tal Justiça Social quando só a Previdência Social, cujos aposentados somam perto de 25 milhões de brasileiros, se dividem em DUAS CLASSES?
DISCRIMINAÇÃO ODIOSA
O pior é que isto não passa de uma discriminação odiosa, pois identifica que:1- um milhão de aposentados (do setor público federal), de PRIMEIRA CLASSE, recebe, em média, mais de 5.500 reais e provocam um rombo superior a 52 bilhões aos cofres públicos;2- Enquanto isso, a SEGUNDA CLASSE (turma do INSS) que totaliza mais de 22 milhões de aposentados, recebe, em média 750 reais. E mesmo assim contribuem para um rombo de mais de 43 bilhões nas contas públicas. Isto é Justiça Social?
DIABRURAS
Ontem, vestindo o surrado e arcaico traje NACIONALISTA, a nossa presidenta fez questão de dizer outras diabruras no lançamento do programa Brasil Maior.Eis o que Dilma disse: - É imperativo defender a indústria brasileira e nossos empregos da concorrência desleal, da guerra cambial, que reduz nossas exportações e, mais grave ainda, tenta reduzir o nosso mercado interno, que construímos com grande esforço e com muita dedicação.
BRASIL COMPETITIVO
Ora, a indústria brasileira não precisa de proteção. Muito menos governamental. Precisa, isto sim, de liberdade, menos impostos, mais infraestrutura, menos burocracia, reformas estruturais e, certamente, menos corrupção. Isto basta para tornar o Brasil competitivo.
IMPOSIÇÃO DO GOVERNO
Quem ainda duvida disso basta observar que produtos brasileiros vendidos no exterior têm preço menor do que ofertados aqui aos nossos consumidores. O que deixa bem claro que a tal CONCORRÊNCIA DESLEAL, referida pela presidenta, é uma imposição do próprio governo.
PAÍS DOS PRIVILÉGIOS
O mais impressionante é que, ao invés de propor reformas (Previdenciária, Trabalhista, Fiscal, principalmente) o governo sempre dá preferência para REMENDOS, cujos efeitos têm curta duração. Pois, mesmo assim o que se viu foram aplausos de um auditório repleto de empresários satisfeitos com o que ouviram. Pode? Quanto ao pacote BRASIL MAIOR deixo para outro editorial. De antemão, entretanto, uma coisa está clara: alguns setores foram privilegiados. Mas isto é normal no Brasil, considerado, infelizmente, o país dos privilégios, não?