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28 jun 2005

TRATORAÇO COMPLICADO


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REIVINDICAÇÃO ESTRANHA
Muito estranhas as declarações do presidente da CNA- Confederação Nacional da Agricultura ?, que está liderando o movimento dos ruralistas em Brasília, denominado Tratoraço. De forma muito clara disse que a reivindicação que está sendo feita é para melhorar a renda dos agricultores. E se aproveita da força do faturamento do setor, que é de algo como R$ 200 bilhões para melhorar seus argumentos.
MERECE CRÍTICA
Ora, todas as manifestações devem ser livres, desde que não atrapalhem as vidas dos demais cidadãos. Entretanto, nenhuma delas estará livre das críticas que os demais setores possam assim entender como equivocadas. E o Tratoraço, na minha ótica, tem muito para ser criticado antes de ser apoiado. Principalmente se for levado em conta o que o seu complicado líder afirmou.
ATIVIDADE ANTIGA
A atividade agrícola, no Brasil é, sem dúvida, a mais antiga de todas. Mas não é a única e nem mesmo indispensável. E algumas pessoas envolvidas, por cultura de seus antepassados, ainda estão convencidas de que o Império continua existindo e que deve garantir a atividade e o resultado de seus agentes de produção. Esquecem que os tempos felizmente mudaram e que privilégios não podem ser mantidos, ou melhor, nunca deveriam ter existido. Tudo acaba sendo pago pelo único caixa existente: o bolso do contribuinte.
O RISCO FAZ PARTE
Todas as atividades, todas mesmo, precisam conviver com o risco. As pessoas envolvidas e interessadas devem se preparar para produzir entendendo, de antemão, que o imponderável tem suas chances de ocorrer. E que os resultados podem ser afetados caso não se confirmem as previsões iniciais. Afinal, a única certeza que todos temos é de que a morte é inevitável. Tudo o mais é incerto.
JUROS BAIXOS
Aproveitar o movimento para dizer que as taxas de juros no Brasil são muito altas é chover no molhado. E dizer que as taxas de juros para agricultura são altas, aí é uma grande mentira. De tão subsidiadas, jamais podem ser consideradas como problema para o setor. O clima, embora sendo uma variável imponderável, é possível a previsão e junto com ela alguma administração. Mas os eventuais insucessos não podem se debitados nas contas dos contribuintes de impostos.
MERCADO
Os preços dos grãos ou de qualquer outra mercadoria é fixado tomando por base o mercado, ou seja, pela vontade dos consumidores. Caso não seja possível travar os negócios nos mercados futuros operados nas bolsas de mercadorias, o melhor é ficar fora da produção. E o câmbio, como se sabe, precisa ser livre para que todos tenham o mesmo direito de aproveitar as flutuações das moedas: tanto compradores como vendedores.
EXEMPLOS COMUNISTAS
Portanto, fazer movimento para exigir que o governo dê garantia de renda para quem produz grãos é incentivar que todas as atividades disponham da mesma oportunidade e vantagem. Como isto não tem sentido, resta aos manifestantes experimentarem o comunismo. Um regime onde tudo é garantido pelo governo e o mercado simplesmente não existe. Que tal? Em compensação, nunca haverá a mínima liberdade para produzir e vender a preços que possam ser interessantes e diferentes do que o governo impõe. Alguns países como Cuba e Coréia do Norte são exemplos de garantias que muitos estão pedindo. Sai dessa.