ELES CONSEGUEM
Tenho ouvido e lido, com freqüência, que o setor bancário é o melhor negócio no Brasil, hoje. E que as taxas de juros fazem, por si, os lucros das instituições financeiras, independente até da vontade dos banqueiros. Concordo em parte com isto, mas as últimas safras de balanços já mostram que empréstimos concedidos a aposentados e pensionistas responderam pela elevação dos resultados. Operações de crédito, portanto. Mas, de qualquer forma, uma coisa está bem clara: só uma tarefa de gincana consegue impedir que algum banco não apresente lucro no Brasil. Pois, o Banco Popular do Brasil, conseguiu esta proeza. Registrou, de forma inacreditável, um prejuízo de quase R$ 22 milhões neste primeiro semestre do ano. Fantástico, não?
MAU OBJETIVO
Eles vão dar todo o tipo de explicações para explicar o inexplicável. Mas, nenhuma delas será aceita. Até os gastos de publicidade desta nova instituição estatal federal, como já havia sido divulgado, conseguiram superar o volume de empréstimos feitos. Tudo com um único objetivo: carimbar o absurdo e o desleixo que os governos sempre mostram para com o dinheiro público. Um escândalo.
DESVERTICALIZAÇÃO
Volto a insistir na questão que envolve o dumping praticado pela Petrobrás, cujo resultado já está demonstrado pela interrupção da produção nas refinarias independentes. Quem ainda não deixou de refinar está se programando por falta de produto a preço competitivo. Como isto ainda carece da necessária compreensão por parte de muitos leitores, talvez copiando o modelo exigido às empresas de energia elétrica, as coisas pudessem ficar mais fáceis de serem esclarecidas. Vejam, as empresas de energia elétrica estão hoje obrigadas a fazer a desverticalização das suas operações, separando geração, transmissão e distribuição para uma melhor compreensão do desempenho de cada uma das etapas. Tudo para que fique mais transparente, evitando distorções na fixação das tarifas.
DESEMPENHO SEPARADO
Esta providência precisa valer também para o petróleo. O mercado teria conhecimento do desempenho de cada etapa. Separando a extração, o refino e distribuição, chegaríamos à prova final de que as refinarias, não ligadas à Petrobrás, não têm como sobreviver. A não ser que entrem no processo de extração, coisa que exige capital incomensurável e não disponível.
PRIVATIZAR URGENTE
A propósito: a Petrobrás informa duas coisas: que pode faltar gás natural e que é preciso mais refinarias. Bela notícia, não? Depois de seduzir os consumidores a transformar seus motores para o gás, vem com esta notícia. Além disso, mata a pau as refinarias existentes. Agora, certamente, tais consumidores vão entender as razões de não ter havido mais investimento no gás natural. É que a Petrobrás sempre se recusa a aumentar os preços dos combustíveis, impedindo os investimentos. Só a privatização e a quebra do monopólio resolve isto. Acorda, Brasil.
MELHORES DA TERRA
O Grupo Gerdau, ao longo dos últimos 23 anos vem promovendo uma bela premiação aos vencedores dos melhores cases de pesquisa, desenvolvimento e novos produtos para o setor agro-pecuário. Sendo uma premiação séria, o julgamento dos Melhores da Terra vem atraindo cada vez mais especialistas que estudam e atuam no agribusiness. Neste ano, o número de trabalhos na área de pesquisa aumentou bastante, o que precisa ser parabenizado. Faltou, entretanto, estudos que possam mexer de uma vez por todas com a cabeça dos ruralistas, buscando neutralizar o efeito das estiagens. Ninguém abordou a questão que já vem dizimando safras e mais safras. Aqui, como se sabe, o raio já caiu diversas vezes no mesmo lugar. E, pelo visto, ninguém aprende, ou melhor, não ensina como sair desta com processos de irrigação mais em conta. O que está havendo?