SAUDADE DAS DITADURAS
Volta e meia nos deparamos com algumas enquetes ou pesquisas onde a nossa sociedade revela uma preferência, ou saudade, pela ditadura. Isto esclarece muito bem que somos muito mais uma república e muito menos uma democracia. Nas democracias o povo tem alguma vez. Nas repúblicas, só os políticos têm vez. Eles decidem praticamente tudo sem que a sociedade, em muitas das vezes, concorde com eles.
O EXEMPLO CHILENO
E não tem como tirá-los tão facilmente ou rapidamente do poder. Estão muito protegidos pelas leis que eles mesmos aprovam. E vivem se cercando cada vez mais para evitar qualquer perda das suas mamatas já conquistadas. No fundo, no fundo temos mesmo é muita inveja do Chile, de Pinochet. Já que o povo aprecia mais a ditadura, só precisa ter certeza de que o ditador exigido tenha o perfil de um Pinochet, por exemplo.
BLINDAGEM
Alguém que realmente blindasse o Brasil dos arroubos dos governantes safados. E que ao voltar a abrir novamente o país garantisse uma efetiva e definitiva democracia. Alguém, enfim, que fizesse as reformas certas e necessárias para acabar com os tantos privilégios que hoje engrossam abundantemente a nossa Constituição e asfixiam as nossas contas públicas.
DITADURAS INCOMPETENTES
Infelizmente, nas várias ditaduras que experimentamos, os nossos ditadores não contribuíram para com a eliminação dos problemas graves do país. Sempre se mostraram extremamente incompetentes. Mas, embora o povo ainda assim tenha se sentido bem mais protegido, clama certamente por algo ou alguém mais justo do que esta falsa democracia que impera no país. E que não resolve jamais os problemas que nos angustiam.
O MELHOR EXEMPLO DO MAL
Os exemplos se escancaram, mas um deles serve como principal motivo pelo nossa devoção às ditaduras: a nossa Previdência Social Pública. Ela está completando 82 anos e o déficit descomunal continua crescendo. Bem diferente do sistema chileno que resistimos em copiar. Aqui se impede que aconteça o justo e o necessário para estancar a crescente hemorragia das contas públicas. Só este exemplo já enche o peito de quem prefere e clama por ditaduras. Imaginem somando aos demais.
POÇO ARTESIANO
O deputado estadual Frederico Antunes, PP/RS ( aquele, entre os 27 deputados infelizes, que votou a favor do aumento do ICMS na telefonia, combustíveis e energia) volta hoje a ser secretário de Estado de Obras Públicas e Saneamento. No final da semana anterior, como se já estivesse no cargo, inaugurou um poço artesiano no interior do RS. . Vejam só. Uma fantástica obra, não? Pois é. Num estado que não há obras é difícil entender a razão para ter tal Secretário. Ou melhor, se entende, sim. É para ser usado pelo Governo quando for necessário um aumento de impostos. Como somos incompetentes, gente! Votar em gente assim é pior de que ser assim como o tal deputado/secretário.
SOLUÇÃO PARA AS CARROÇAS
Na entrevista que fiz com o prefeito José Fogaça, informei que as carroças são um problema de trânsito e que era exigida uma solução urgente, e já muito atrasada no tempo. Fogaça, entretanto, entende que é também um problema social. Insisto que o problema social é criado pelos carroceiros e não ao contrário. Ou seja, as minorias não podem ter mais importância do que as maiorias. Como estamos diante de um problema que exige imediato enfrentamento, proponho:
PROPOSTA AO PREFEITO
1- Cadastramento urgente das carroças existentes. A partir daí nenhuma outra poderá entrar em circulação; 2- Conhecido o universo, propor uma compra das carroças e cavalos. Algumas novas poderiam ser disponibilizadas nos parques da cidade, desde que transformadas em carruagens turísticas, a exemplo do que existe em N.York e Londres; 4 ? As carroças remanescentes teriam um prazo de 2 a 3 anos para desaparecerem definitivamente. Os carroceiros (que precisam ser maiores de idade) receberiam cursos sobre conhecimento e habilitação de trânsito. Assim, aqueles que queiram permanecer na atividade de transporte passariam a usar somente veículos automotores para a função. Até algum financiamento, para tanto, poderia ser fornecido. Pense nisso, Prefeito.