DÓLAR
Nas últimas semanas há uma pergunta que os brasileiros em geral, principalmente aqueles que estão lotando os aviões com destino ao exterior, não param de fazer: se o preço do dólar, que está ganhando forte valorização frente ao euro, também poderá mostrar o mesmo comportamento frente ao real.
EURO
Esta pergunta, neste momento, tem duas respostas. Uma para o comportamento do euro e outra para o real. A desvalorização do euro é explicada pela avalanche provocada pelo interesse dos tomadores em se livrar da moeda que atesta a grave doença que atinge a economia do Bloco.
REAL
No caso do real, a gradual desvalorização registrada nas últimas semanas tem outra explicação: o déficit em conta-corrente, que deve chegar a mais de 4% do PIB até o final do ano, já começa a se manifestar. Como a demanda de dólares no mercado será muito expressiva, a valorização da moeda norte-americana é uma mera consequência.
TENDÊNCIA
Na medida em que os países passam a importar menos produtos brasileiros, como é caso dos europeus principalmente, a entrada de dólares deverá se reduzir. Mantidas as importações, remessas de dinheiro e viagens ao exterior, a demanda por dólares será obviamente maior. Como o nosso câmbio é flutuante, a cotação deve refletir uma desvalorização do real.
REFLEXO
Quanto maior o prazo para que as economias mundo afora voltem a apresentar um crescimento mais agressivo, pior para todos. Quem compra produtos primários e commodities em geral vai comprar menos, o que não melhora a nossa situação. E quem compra produtos manufaturados, idem.
O QUE FAZER
Normalmente, quando há uma percepção clara de desaquecimento, como é o quadro internacional, a ordem é controlar gastos. Poupar o máximo possível até que tudo volte ao eixo. Esta é a fórmula mais testada e que não admite outra interpretação. Pois mesmo assim o Brasil, que já cometeu o mesmo equivoco várias vezes, está querendo repetir os erros.
VARA DE CONDÃO
É certo que o mercado interno vem dando respostas satisfatórias, a ponto de promover um bom crescimento do PIB. Isto, porém, tem uma razão indiscutível: a expansão do crédito. A vara de condão que está fazendo a grande alegria dos agentes econômicos, tanto de produtores quanto de consumidores, é o prazo de pagamento. O que poucos estão entendendo é que o tal crédito tem limite. Fora do limite a inadimplência será a tristeza.