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14 jun 2005

PROTECIONISMO BRASILEIRO


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AULA IMPERDÍVEL
A aula sobre avaliação de empresas que deve ser ministrada por Aswath Damodaran, na próxima 5ª feira, 16, em Porto Alegre, deveria ser assistida pelo Brasil todo. Principalmente pelo meio estudantil em todos os níveis. Pela sua formação e convicção, deverá dizer o que pensa sobre o protecionismo que as empresas brasileiras adoram e reivindicam. Como somos um país puramente mercantilista, a concorrência nunca é bem vinda por aqui.
ATITUDES IDÊNTICAS
Como a formação ideológica de muitos empresários é socialista e nacionalista, vivem querendo cada vez mais proteção. E não descuidam de pedir isto diariamente ao governo. E para atingir seus objetivos até fazem bloqueios de estrada além de outras chantagens lamentáveis. Mas criticam o MST pelas mesmas atitudes. O governo, cuja ideologia é pior ainda, ao invés de deixar estas questões para o mercado resolver, acaba sempre cedendo e não percebe que quem precisa mesmo de proteção é o consumidor. De novo: o remédio, para que se obtenha o máximo de proteção, é pela via do estímulo à concorrência. Nunca satisfazendo apelos empresariais viciados.
VINHO AZEDO
Um dos exemplos do que estou me referindo é o que está acontecendo com o setor vitivinícola do RS, onde os maus empresários estão cheios de surtos. Maus empresários, naturalmente, pois querem proteção para os vinhos que produzem no RS. Para ficar em vantagem querem agora impedir a importação de vinhos argentinos e chilenos, que além de fazerem vinhos melhores são, ainda por cima, bem mais baratos. Incapazes para competir e para anunciar seus produtos, chegam a ponto de não concordarem que os consumidores venham a gostar de vinhos importados. Ridículo.
ELITISTAS
O pessoal do Ibravin ? Instituto Brasileiro do Vinho-, pasmem, pediu aos supermercadistas para que deixem de comprar vinhos argentinos. Como se nós, consumidores, estivéssemos de acordo. Elitistas, os produtores de vinhos não se mostram, sequer, a favor do social, pois, com suas atitudes medíocres querem impedir que até os mais pobres tenham acesso ao produto. Este é o tal protecionismo reivindicado, típico de um país extremamente mercantilista. Sai dessa.
RUMO A NOVA IORQUE
Chego nesta 4ª feira a NY para participar da inauguração da primeira loja Florense fora o Brasil, que acontece no dia 16. A Florense NY já está instalada na Lexington Avenue, 179 junto a 31 Street. Conforme Gelson Castellan, dirigente da empresa, esta é a primeira de uma séria de novas lojas franqueadas que devem ser abertas nos EUA e Canadá muito brevemente. De lá mandarei novidades e informações sobre o que está acontecendo no país da liberdade. Até.
COMPULSÓRIO
A Argentina tomou precauções para evitar a valorização do peso frente ao dólar. Criou um compulsório, sem remuneração, de 30% dos recursos que queiram entrar no país, exceto investimentos diretos e compra de ações ou bônus. O pedágio é alto, mas a regra só vale para as novas entradas de dinheiro, respeitando assim tudo o que já foi enviado anteriormente. Quem vai avaliar melhor a medida é o mercado. Vamos observar.
LEI DO ATRASO
Diante de inúmeros comentários a respeito da equivocada lei que restringe a construção de lojas de varejo acima de 2.500m², volto amanhã a tratar do mesmo assunto. Se por um lado é um assunto de grande prejuízo para os investimentos em Porto Alegre, por outro é importante que o Brasil todo saiba como tratamos quem gostaria de investir por aqui. Vale o alerta geral. Aguardem.