Artigos

28 jan 2020

PROPOSTA POPULISTA


Compartilhe!           

TAXAÇÃO COMPENSATÓRIA

Ainda que grande parte dos leitores do Ponto Critico não residam em Porto Alegre, o fato é que todos os brasileiros precisam tomar conhecimento da PROPOSTA POPULISTA que o prefeito da Capital do RS, Nelson Marchezan, enviou à  Câmara dos Vereadores, com o propósito de ver aprovada até a próxima 6ª feira.

O monstrengo propõe uma redução do preço das passagens dos ônibus que operam no município via -TAXAÇÃO COMPENSATÓRIA-  de outras formas de transporte público e/ou cobrança de pedágios para veículos licenciados em outras cidades.


EMBALAGEM COLORIDA

Insisto: quanto mais brasileiros tomarem conhecimento de PROPOSTAS POPULISTAS-, como é o caso desta que o prefeito de Porto Alegre encaminhou ontem à Câmara dos Vereadores, melhor para todos, pois ideias ruins, quando envolvidas em embalagens coloridas, acabam sendo bem aceitas nos lugares onde impera o desconhecimento e o despreparo do povo. 


REAJUSTE

Como as empresas de ônibus estão querendo um reajuste das passagens (de R$ 4,70 para R$ 5,20 em 2020), a prefeitura de Porto Alegre está tentando aprovar, em sessão extraordinária nesta 5ª e 6ª feira, um pacote para tentar reduzir o valor pretendido para algo abaixo de R$ 2 até 2021. 


COMPENSATÓRIA

Esta péssima ideia nasceu porque a forte concorrência, imposta pelo transporte por aplicativo, vem, constantemente, provocando uma substancial queda do número de passageiros no dia a dia dos ônibus que operam o transporte público da cidade.

Daí o projeto -Transporte Cidadão-, que tem como propósito cobrar uma tarifa COMPENSATÓRIA custeada por veículos de aplicativos e todos que possuem placas de outras cidades.  


RELAÇÃO CAUSA/EFEITO

Como a SOCIEDADE PENSAR+ tem como propósito levar ESCLARECIMENTOS com base na relação CAUSA/EFEITO, eis aí o texto produzido pelo pensador Roberto Rachewsky sobre este preocupante projeto:

Marchezan insiste numa ideia que além de não resolver o problema específico do sistema coletivo de transporte, o agrava.

Agrava porque além de antieconômico, torna-se cada vez mais imoral.

Imoral porque quem paga para andar de ônibus é obrigado a custear à força quem não paga. Um terço dos usuários de ônibus são parasitas que viajam graças ao sacrifício alheio.

Esse sacrifício se dá porque quem paga tem que pagar uma tarifa onerada pelas gratuidades cujos custos obviamente lhe são repassados.

Não satisfeito com pouca sacanagem, Marchezan, por pura demagogia, típica de governantes populistas, quer sacanear ainda mais gente obrigando que todos os que não usam o serviço incompetente, privilegiado e antiquado de ônibus, o financiem contra a vontade.

É uma punição social-democrata contra quem não usa aquela porcaria de serviço porque preferem usar meios mais inteligentes e satisfatórios como os aplicativos que, por satisfazerem os usuários, criam milhares de empregos autônomos numa relação baseada em trocas livres e voluntárias entre gente desconhecida, sem a tutela do estado.

Essa contribuição social que o Marchezan quer impor como um tirano, não passa de roubo disfarçado de política pública para que o prefeito pareça amiguinho da população pobre que ele e seus antecessores expulsaram da zona central da cidade para viverem em cidades-dormitório, em favelas ou pombais que mais parecem caixotes onde os pobres-coitados, excluídos das zonas nobres pelo e para o baixo adensamento, são depositados.

Não bastasse isso, os miseráveis ainda têm que entregar horas e mais horas de suas vidas em ratoeiras móveis para se dirigirem de casa para o trabalho e vice-versa.

O zoneamento elitista da capital gaúcha somado ao elevado IPTU torna o metro quadrado inviável para grande parte dos habitantes da zona metropolitana, resultando também na subutilização da sua infraestrutura que por si só já é precária.

O zelador-mor, nosso prefeito da vez, está mais preocupado em se reeleger do que cuidar da cidade. Não ousa praticar o que deveria ser feito. Nisso faz a mesma coisa que tem sido feito pelos ocupantes do cargo desde sempre. Em vez de demitir quem não trabalha, em vez de liberar os serviços públicos para a iniciativa privada sem impedimentos, em vez de privatizar empresas estatais e autarquias deficitárias, hospitais ineficientes e escolas precárias, prefere adotar políticas imorais nefastas ou, pasmem, dar de mão beijada dezenas de milhões de reais do dinheiro extorquido da população para retribuir aos que fizeram sua campanha para chegar ao governo, sob a alegação que é propaganda de governo para promover a cidade.

Marchezan já me disse pessoalmente, perante um grupo de porto-alegrenses boquiabertos, que sou seu carrasco pelas críticas que faço.

Eu até o elogiei outro dia, mas o prefeito não aprende e repete os mesmos erros por teimosia.

Não bastou aumentar o IPTU baseado numa retórica falaciosa, agora quer criar impostos sobre o transporte privado para distribuir o que não lhe pertence como se fosse dele.

Marchezan, quem tu pensas que és? Robin Hood? Estás enganado, teu governo é sério candidato a ser comparado com o do Xerife de Nottingham.

Seguindo assim, os infelizes porto-alegrenses terão que abandonar seus lares para se refugiarem dos coletores de impostos da prefeitura, para não mencionar os do governo estadual e federal, na floresta de Sherwood.