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10 mar 2005

PROCURANDO O BURACO


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JEITINHO PERIGOSO
De nada adianta ficar fazendo acordos, decidir formas de pagamento das dívidas dos Estados e municípios, se alguns espertos sequer esperam a tinta da caneta secar para pensar como fugir da responsabilidade, do acordo firmado. Este estúpido e já famoso jeitinho brasileiro, que, lamentavelmente, poucas vezes é usado pelo lado bom e ético, tem sido um dos grandes responsáveis pela nossa baixa credibilidade.
EXEMPLOS LAMENTÁVEIS
Vejam tal exemplo destes expedientes nas propostas populistas e perigosas promovidas, tanto pelo prefeito de São Paulo, José Serra, quanto pelo deputado Ônix Lorenzoni. Ambas bastante decepcionantes. O primeiro tenta influenciar os prefeitos das capitais a contornar a LRF. O segundo quer que o Estado do RS, seja declarado como de situação de emergência e peça, assim, uma moratória da dívida do RS para com a União por seis meses.
BRINCADEIRA?
Até parece brincadeira, não é mesmo? Mas não poderia nem deveria, pois brincar com coisa séria só demonstra mais irresponsabilidade e grande chance para o desastre. Até parece que com medidas tão estranhas nós vamos nos livrar das dívidas pesadas que por jeitinhos foram aumentando drasticamente e sendo contabilizadas ao longo de séculos.
REDUÇÃO DOS JUROS?
E depois, são os mesmos que movimentam a opinião pública para a redução das taxas de juros. Como? A cada forma de contorno proposta e criada, como a dívida não desaparece, novos títulos precisam sempre ser emitidos para poder saldar aquilo que os devedores irresponsáveis vivem tentando se esquivar.
UMA TAL DE REFORMA
A votação de uma tal de reforma tributária, por acordo de parlamentares e governo, foi adiada para o dia 29 de março próximo. O projeto, caso aprovado, até que é um avanço se comparado com a forma atualmente praticada. Mas é um desastre se comparado com a necessária excelência tributária.
ALTA TECNOLOGIA
Com a alta tecnologia hoje disponível, o que poderia contribuir decisivamente para estabelecer um sistema ideal e insonegável de impostos, esta que está sendo proposta fica muito longe de ser considerada uma reforma. A experiência feita, por exemplo com a CPMF, apesar de ser um imposto desastroso, vale para mostrar como todos podem e são atingidos. E a eficiência da forma é atribuída exclusivamente à tecnologia da informação.
PORCARIA TRIBUTÁRIA
Em resumo, como não temos maturidade, vontade e interesse, comprovados, em fazer aquilo que é necessário e certo, muita gente vai encerrar o assunto e dizer aos quatro cantos do mundo de que finalmente tivemos uma reforma. Gente, não é nada disso: vamos continuar, isto sim, vivendo com uma fedorenta porcaria tributária.