Artigos

17 dez 2004

POVO GORDO E ESTADO OBESO


Compartilhe!           

OS GORDOS
Duas manchetes tomaram conta dos noticiários do RS. Uma diz respeito a uma questão nacional, onde um levantamento mostra que os brasileiros estão gordos demais. Outra estampa a notícia de que o governador Rigotto se rendeu ao aumento de impostos para poder gastar mais, cobrir rombos e aumentar o tamanho da folha dos servidores. Em resumo: povo gordo e Estado obeso. Muitos brasileiros estão morrendo por comer demais e mal; e os governos, no caso o RS, estão nos matando a todos por entenderem que devemos alimentar as suas gorduras para se manterem cada vez mais obesos e indecentes. Um horror.
GORDO ZERO
Depois de tomar conhecimento que 40 milhões de brasileiros estão acima do peso normal é provável que outro programa social já esteja sendo preparado: o gordo zero. Como até agora a imprensa chapa branca, sempre muito atenta, ainda não conseguiu flagrar, nem por fotografia nem por imagem de televisão, um único cidadão que tenha morrido de fome, quem sabe terá mais facilidade para flagrar um gordo morrendo por hipertensão, falta de ar ou outra quimeras. Será mais fácil, espero.
CONCURSO PÚBLICO
Ah, outra coisa: vamos colaborar com o programa retirando tudo o que já foi distribuído em alimentos e vamos abrir concurso público para contratar 10 mil nutricionistas. E colocar urgentemente na Constituição, que todo brasileiro terá direito a um prato de comida dentro de padrões mínimos para não engordar. Viva a falta de miséria, gente. Este é o Brasil.
PÉSSIMA NOTÍCIA
Para quem mora no RS a notícia foi péssima. Para quem estava pensando em morar ou investir no RS, sugiro que repense a decisão ou pretensão. Por favor, nada que nos surpreenda, mas tudo que nos decepciona. Os políticos, infelizmente, são dominados pelo desejo, pela vontade e pelo puro interesse de ficar ao lado dos funcionários e totalmente contra quem produz e consome.
PREMIANDO OS ALGOZES
É um inferno que não tem fim. E o interessante nisso tudo é que sempre sobram homenagens e distinções entregues, nos finais de ano, principalmente, a todos os políticos e governantes que vivem nos esfolando sem parar. É um verdadeiro festival de sado-masoquismo, gente. É o prazer de sofrer e premiar o algoz. Quem explica isto?
PIOR DO QUE O PT
Repetindo as maldades do PT quando estava no governo, o PMDB de Rigotto faz pior. Antes o aumento do ICMS proposto era de um ponto percentual. Agora, Rigotto entende que deve ser cinco pontos (20%). É pior ainda que Olívio. E fizemos de tudo para tirar o PT. Éramos mais infelizes e sabíamos. Agora ficamos mais infelizes sem saber que isto seria possível. E os pacatos vão pagar. Aliás, a preferência por tributar mais ainda a telefonia, a energia e os combustíveis, mostra que o governo sabe tudo de sonegação e pouco de fiscalização, pois onde quer tributar mais, não tem como sonegar. Foi esperto. O dramático é que atingiu em cheio a todos, principalmente os mais pobres que não tem como viver sem transporte e telefonia.
COBRANÇA INJUSTA
De uma vez por todas: a compensação do ICMS que os exportadores pagavam e que deixaram de pagar foi atendida pela Lei Kandir, que tinha, como princípio, ser temporária e transitória. Para que os Estados se adaptassem à realidade. Portanto, não é justo querer que tal compensação perdure para sempre. O governador Rigotto deve saber disso, mas prefere chorar a perda de arrecadação. Na realidade, exportação nunca deveria ter sido tributada. Era, pois, indevida a tributação. Percebido o equívoco que só produziu dificuldades para vender ao exterior, foi dado um tempo para que os Estados procurassem adaptar seus orçamentos.
EXPLIQUEM AOS GOVERNADORES
Os recursos pagos pela União, como compensação do ICMS de tudo que é exportado, são como um imposto disfarçado. Os brasileiros estão pagando a conta, que só deixa de ser na forma de imposto específico, mas que sai dos cofres do Tesouro, gente. E se alguém entende que exportação deve voltar a ser onerada deveria morrer por isso. Exportar significa desenvolver atividade com empregos os empreendedores que obtém renda. Com a renda há consumo. E consumo, por sua vez, paga ICMS. Não é o comprador lá fora que deve pagar o ICMS. É o consumidor daqui com a renda obtida pelo consumidor de lá. Ficou claro? Então digam isto ao Rigotto e aos demais governadores.