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18 ago 2022

PISO FALSO


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ENFERMEIROS INCAUTOS

Na semana passada, a maioria dos deputados federais e a totalidade dos senadores abandonaram por completo o pouco que ainda lhes restava em termos de sensatez, razão e sabedoria e resolveram aprovar e comemorar, junto com incautos ENFERMEIROS E PROFISSIONAIS DA SAÚDE, o PISO DA CATEGORIA, no valor de R$ 4.700,00, sendo que os técnicos de enfermagem e auxiliares foram (?) aquinhoados com 70% e 50% desse valor (piso).


DEMONSTRAÇÃO DE ÓDIO AOS ENFERMEIROS

Na Câmara Federal, para quem não sabe ou não acompanhou, foram 449 votos a favor do piso e 12 votos contrários (todos do Partido Novo, como informa o Dep. Marcel Van Hatten). Já no Senado, a aprovação se deu por unanimidade, o que mostra uma realidade preocupante, pois todos os senadores fizeram questão de mostrar o quanto DETESTAM os ENFERMEIROS, TÉCNICOS DE ENFERMAGEM E AUXILIARES.


AVALANCHE DE DEMISSÕES

Como sempre, nenhum dos deputados e senadores foi capaz de apontar de onde sairão os recursos para custear o fantástico impacto de caixa que será provocado com o pagamento do piso, cujo valor é na ordem de R$ 16 bilhões para o SETOR PÚBLICO, SETOR PRIVADO E SANTAS CASAS. O fato é que apesar de críticos mais -sensatos- apontarem que uma vez aprovado o tal PISO, ao invés de beneficiar os ENFERMEIROS o que realmente vai acontecer, ou já está acontecendo, é uma avalanche de DEMISSÕES.


EXEMPLOS RECENTES

 A propósito, para quem não sabe, só nesta semana diversas SANTAS CASAS E INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS, que já estavam em dificuldades financeiras, anunciaram DEMISSÕES em todo o país, como revela o pensador Hélio Beltrão, na sua coluna na Gazeta do Povo: -1-em Belo Horizonte, a Associação das Instituições de Longa Permanência apontou que mais de 200 funcionários já foram demitidos; 2- o HONPAR, no norte do Paraná, demitiu 22% de seu quadro de cerca de 400 profissionais; 3- A Santa Casa de BH entrou na justiça para não ter de arcar com o piso; 4- O Hospital Irmã Dulce da Bahia, um dos mais tradicionais do país, afirma que seu déficit cresceu de cerca de R$ 1 milhão para R$ 4 milhões, e pode fechar as portas.


ASSUNTO PARA A NEGOCIAÇÃO E NÃO LEGISLAÇÃO

Ora, quem decide aumentos ou não de salários são as partes envolvidas, através de negociações com base nos orçamentos. De novo: trata-se de uma questão de pura e exclusiva NEGOCIAÇÃO, nunca de LEGISLAÇÃO.  Diante disso, queiram ou não, as entidades do setor afirmam, com razão, que o piso gerou risco de descontinuação de tratamentos essenciais.