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14 abr 2005

PAGANDO PELA IRRESPONSABILIDADE


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UMA FRASE COMEMORADA
Ainda soa nos meus ouvidos, e certamente também aquece as orelhas de muita gente, aquela grande besteira dita e repetida muitas vezes pelo então ministro Delfim Neto: -
Dívida não é para ser paga, mas para ser empurrada para frente
-. Se não fosse tão trágica, até poderia ser cômica tal declaração. Talvez, infelizmente, quem apreciou e apoiou aquelas pobres palavras, porém sinistras, não está levando em conta o que elas representam hoje nas peripécias governamentais.
NO FLUXO DE CAIXA
Dívidas, quando contraídas, e independente de seus tamanhos, exigem que as parcelas a vencer sejam dispostas no fluxo de caixa futuro para que todos entendam se podem ser mesmo pagas. Se cabem no fluxo, tudo bem. Sendo superiores ao fundo existente, alguma negociação precisa ser iniciada para uma melhor distribuição dos valores no tempo. Isto é ser responsável.
COMPROMISSOS SUBSTITUÍDOS
Mas, fazendo só aumentar o passivo, com mais e mais empréstimos, sem organizar e definir a ocasião de seus pagamentos, nos levou a um momento crítico em que os credores deixaram de fazer novas negociações e concederem novos empréstimos, passando a exigir, imediatamente, o início do pagamento do vencido. Pelo tamanho que as nossas dívidas atingiram no tempo, para que fossem incluídos no nosso fluxo de caixa, muitos outros compromissos precisaram ser evitados. Se houve uma hora de pegar o dinheiro, há uma seguinte de pagar a conta. Só isto.
MELHORANDO A FACE
Hoje, com vários discursos cheios de revolta contra a política econômica do governo, alguns caloteiros não admitem que tais contas sejam pagas. Felizmente, o governo vem resistindo bravamente e segue promovendo superávits primários para atender os compromissos. O que vem melhorando cada vez mais a nossa face junto aos credores. O que precisa ser bem entendido: é que a estúpida ação e declaração de Delfim Neto é que nos levou a tomar empréstimos demais sem a preocupação de devolver. A enorme irresponsabilidade acabou sendo adorada e colocada em prática por vários governantes. Acharam bonito e aplicaram a burrice.
CALOTEIROS DE PLANTÃO
Agora, gente, é hora de pagar. O negócio é este: pagar ou perder oportunidades de baratear novos créditos. Os caloteiros de plantão, insensíveis ao respeito a contratos estão muito aborrecidos e vivem reclamando que falta dinheiro para o social no Brasil. Dizem, ridiculamente, que nós estamos pagando dívidas com a fome dos brasileiros. Quanta besteira, gente.
MARCA REGISTRADA
Todas as administrações petistas que deixaram de governar por terem perdido eleições, estão deixando uma marca registrada: Comprovam, sem qualquer possibilidade de contestação, que foram grandes construtores de potentes rombos e magníficos desperdícios enquanto governaram. Vejam bem, em todas as administrações a marca é a mesma: péssimos administradores. De novo: não foi um caso aqui outro ali. Foram em todos os governos (de Estados e municípios) que estiveram à frente. É dose. Tem de tudo, desde contratações absurdas ao impedimento do desenvolvimento. E por aí vai.
100 DIAS
Ontem, No - Tá na Mesa -, da Federasul, o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, discorreu sobre os primeiros 100 dias de seu governo. Gostei do que ouvi. Com todas os cuidados, naturalmente, para não elogiar desmesuradamente onde não devo. Mas, pelas providências iniciais, o Prefeito mostra que estamos no bom caminho. O processo definido e que está sendo implantado é para desamarrar a cidade, valorizar e recuperar o espírito empreendedor ainda existente e buscar incessantemente a aplicação saudável dos recursos orçados. Para tanto, a bula já está escrita: uma mudança de métodos de trabalho, com mais eficiência e menor custo, para tornar a administração ágil e transparente. Parabéns.