CASAMENTO DE CONVENIÊNCIA?
Na última 3ª feira, num painel do evento promovido pelo Credit Suisse, em São Paulo, três economistas - Gustavo Franco, Armínio Fraga e Pérsio Arida, todos ex-presidentes do Banco Central e personagens do Plano Real, deixaram escapar que, para eles, a associação do presidente Bolsonaro com a AGENDA LIBERAL é um -CASAMENTO DE CONVENIÊNCIA- . Mais: o COMPROMISSO se mostrou mais tímido no primeiro ano de administração em comparação com as promessas feitas durante a campanha eleitoral.
GOVERNOS SOCIALISTAS
Chama a atenção, em primeiríssimo lugar, que os três economistas participaram de governos NADA LIBERAIS e mesmo assim aceitaram ser presidentes do Banco Central que, diga-se de passagem, obedecia, rigorosamente, aquilo que os governos, todos SOCIALISTAS, determinavam.
DISTÂNCIA ENTRE VONTADE E POSSIBILIDADE
Em segundíssimo lugar era de se esperar, no mínimo, que os três economistas dissessem, por experiência própria, que a distância que existe entre -vontade e a real possibilidade- de qualquer governo ser mais ou menos -LIBERAL- é enorme. Até porque as corporações sempre trataram de impedir que o LIBERALISMO mostrasse a sua ótima face no nosso empobrecido Brasil.
GUSTAVO FRANCO
Vale salientar que mesmo sendo crítico da agenda -LIBERAL TÍMIDA- o economista Gustavo Franco, que esteve à frente do BC durante o governo FHC (1997 e 1999) adotou postura mais otimista em relação ao atual momento da economia brasileira, sobretudo no que diz respeito à recuperação da credibilidade junto a investidores globais.
PÉRSIO ARIDA
Já o economista Pérsio Arida, que presidiu o BC em 1995, também no governo socialista -FHC- com uma visível mágoa, disse que houve timidez nas medidas adotadas e propostas apresentadas neste primeiro ano de governo Bolsonaro. O curioso é que na época em que esteve no governo nem uma -TIMIDEZ LIBERAL- se fez presente. Ou seja, no seu tempo o que mais houve foi a furiosa manutenção da INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA.
ARMÍNIO FRAGA
Na sua vez, Armínio Fraga, que presidiu o BC entre 1999 e 2003, concordou com o diagnóstico de que, “apesar de o mercado estar super alegre, de a bolsa estar subindo, o investimento não está vindo ainda”. Ora, meu caro Fraga, até as pombas da Praça da Sé sabem que o INVESTIMENTO depende da retirada dos ARPÕES (REFORMAS ESTRUTURAIS) que mantêm a BALEIA BRASIL praticamente imobilizada.