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07 out 2005

O RISCO É MENOR, MAS CONTINUA ALTO


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MAIS HUMILDADE
Muitos brasileiros se mostraram indignados quando perceberam que o Brasil se encontra em posição idêntica à Argentina, no quesito avaliação de risco-país. Antes de tudo seria preciso mais humildade para reconhecer que também não estamos no melhor dos mundos. De nada adianta querer ser muito melhor do que a Argentina se a nossa avaliação em pontos base continua alta: por volta 370/380 pontos base, pela cotação recente. Bem antes das comparações e dos aborrecimentos pela similaridade é preciso fazer esforço para reduzir o risco. E isto só acontece para valer com reformas, coisa que abominamos, infelizmente.
REALIZAÇÕES DE LUCRO?
Mais uma vez volto a criticar a definição cômica e equivocada, identificada como - realização de lucros ? que a imprensa, muito mal informada, usa sistematicamente para definir as quedas das cotações das ações na Bovespa. Além de não informar coisa alguma, só o fato de fazer a declaração vazia educa mal os investidores iniciantes, além de confundir os já iniciados. O correto seria informar que as pressões de venda são realizações das posições compradas anteriormente.
TROCA DE POSIÇÃO
E o mais importante: as vendas, quando em quantidade maior, até pressiona, o índice para baixo. Mas nem sempre isto significa que estejam acompanhadas de ganhos. Por receio de uma sempre possível correção maior dos preços, devido a uma alta mais acentuada obtida por alguns papéis, alguns analistas se decidem por vender e aguardar um novo momento, ou trocar de posição. Quando a informação de que as quedas do índice se explicam pela realização de lucros, tal explicação deixa claro que vários idiotas estão na outra ponta para satisfazer os espertos. Bobagem pura.
FURACÃO ECONÔMICO
A semana encerra com a sensação de que um furacão atingiu os mercados financeiros internacionais. E, como sempre, sobrou bastante para os países emergentes. Aliás, aí está a carteira de identidade de quem não é desenvolvido. Basta haver um vento mais forte no mundo e tudo desaba nos mais incompetentes. O interessante é que a grande blindagem, sempre discutida e nunca resolvida por aqui, está exclusivamente ao nosso alcance. Basta que façamos as reformas para que capitais internacionais sejam bem-vindos, não indispensáveis.
COLA
Estamos nos aproximando do dia 23 de outubro, e em todas as rodas o assunto principal é a votação do estúpido e tendencioso referendo que trata da proibição ou não da venda de armas e munição. Embora as pessoas devam discutir o tema até a exaustão, proponho que, antes de votar, todos pensem na frase de Benjamim Franklin, dita em 1750: "QUANDO TODAS AS ARMAS FOREM PROPRIEDADE DO GOVERNO E DOS BANDIDOS, ESTES DECIDIRÃO DE QUEM SERÃO AS OUTRAS PROPRIEDADES." Sugiro que imprimam a frase e levem no bolso para não errar na hora de digitar o voto na urna eletrônica.
ANUGA 2005
Mais uma vez me desloco para Colônia, Alemanha, para cobrir uma das maiores feiras de alimentos do mundo: a Anuga 2005. Como das vezes anteriores estarei, com certeza, diante de novos produtos e tendências que estarão disputando o magnífico mercado de alimentos. Com uma forte ocidentalização de costumes pessoais, discussões sobre novos padrões e saúde dos alimentos, tudo isto vai ser um prato cheio para o evento. O número expressivo de expositores inscritos já admite que haverá muitos negócios. De antemão creio que a carne brasileira deverá ser, de novo, um dos destaques na Anuga. A conferir e informar, o que estarei fazendo na próxima semana.