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22 jun 2023

O QUE APONTA O MONITOR DA FGV SOBRE O PIB BRASIL


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MONITOR DA FGV - FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS-

Antes de tudo, para que não passe por agourento, proponho que os leitores levem em conta o cenário econômico apontado pelo MONITOR DO PIB, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado no dia 20/6, o qual registrou, em abril, um recuo de 1,2%, o pior resultado para o indicador desde janeiro de 2022.


NÚCLEO DE CONTAS NACIONAIS

Segundo o economista Claudio Considera, responsável pelo indicador e coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do (NCN) do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, explica que o número de abril, foi influenciado:

1- pela agropecuária menos pujante no período; e,

2- pela ausência de expansão em serviços. 


PODEM TER SIDO MUITO OTIMISTAS AS REVISÕES DO PIB

Para o economista, como consta na matéria descrita por Alessandra Saraiva, do jornal Valor, o resultado sinaliza que “podem ter sido muito otimistas” as revisões -PARA CIMA- do PIB de 2023, feitas pelo mercado após divulgação do aumento de 1,9% da economia no primeiro trimestre, ante o quarto trimestre de 2022. Esse aumento foi o mais forte desde o quarto trimestre de 2020 (3,4%).


AGRO

Segundo Claudio Considera, o que ocorreu é que tivemos um primeiro trimestre muito forte, principalmente março, por conta do AGRO, que registrou alta de 21,6% no primeiro trimestre desse ano, ante o quarto trimestre de 2022, maior alta para o setor desde o quarto trimestre de 1996 (23,4%). “Mas isso é por conta de SAFRA DE SOJA, acrescentou ele, a frisar que a colheita do produto, que representa praticamente metade da safra de grãos do país, compreende apenas os primeiros meses do ano. “O efeito direto do AGRO NA ECONOMIA termina no segundo trimestre praticamente”, comentou.


SOJA

Disse mais: "Assim como o forte crescimento registrado no primeiro trimestre não deve ser analisado de forma tão otimista, a queda de 1,2% da atividade econômica em abril não deve ser analisada de forma pessimista. Esta retração mostra um efeito esperado, tendo em vista que o desempenho econômico em fevereiro e março foram muito elevados devido a PRODUÇÃO DE SOJA. Como a maior parte da colheita deste produto se concentra no primeiro trimestre, e este apresentou grande influência nos resultados positivos registrados nos primeiros meses do ano, a queda em abril sinaliza apenas que a colheita de soja tende a ser menor a partir do segundo trimestre. Apesar de toda essa volatilidade característica da agropecuária estar sendo refletida em toda a atividade econômica, os desafios do país continuam sendo os mesmos".


TAXA DE INVESTIMENTO

Já quanto à TAXA DE INVESTIMENTO, calculada pela FGV, foi de 16,6% em abril, mesmo patamar da média histórica desde 2015. “A tendência de redução na taxa de investimentos mensal que tem sido observada desde o segundo semestre de 2022 pode estar associada as elevadas taxas de juros, que inibem os investimentos e, particularmente em 2023, pelo desempenho da agropecuária. Isto porque, a forte contribuição da agropecuária para o elevado crescimento do denominador (PIB) foi consideravelmente acima do numerador (FBCF) da taxa de investimentos.”