OLHO NA GRÉCIA
Mesmo que estejamos mergulhados numa crise profunda, o que por si só deveria fazer com que todos os brasileiros se concentrassem, exclusivamente, na busca de soluções para tentar sair dela o mais rápido possível, ainda assim não podemos descuidar dos problemas da Grécia, que pela vitória obtida pelo -NÃO- demonstra que prefere viver no inferno econômico.
CONFUNDIR E NÃO ESCLARECER
Ora, quem se dedicou a estudar minimamente as alternativas que foram disponibilizadas para que, através do referendo, o povo grego decidisse o que seria melhor para o país, deve ter percebido que o grande propósito do governo foi o de -CONFUNDIR MUITO E NÃO ESCLARECER NADA- sobre os reais problemas vividos pela Grécia.
PERGUNTA CERTA
Portanto, ao perguntar se o povo quer perder benefícios (absurdos) que foram adquiridos ao logo dos anos nada mais óbvio do que receber um -NÃO- como resposta. O que deveria ter sido perguntado aos eleitores é se todos estão de acordo em pagar mais impostos, para poderem continuar recebendo os benefícios exagerados que o Caixa do Tesouro, sabidamente, não tem como suportar.
IDENTIDADE
Como vivemos uma situação MUITO semelhante no nosso pobre país, mormente no RS, Estado que, disparado, vive uma situação econômica, social e fiscal extremamente identificada com a falida Grécia, nada melhor do que entender o problema para tentar, enquanto há tempo, alguma saída.
Pois, enquanto a situação da Grécia fala mais alto sugiro a leitura do seguinte artigo, da lavra do economista e pensador (Pensar+) Alfredo Peringer:
UNIÃO EUROPEIA
INADIMPLÊNCIA GREGA OU ESTOPIM DA EXPLOSÃO DE UMA EQUIVOCADA OU MAL FORMATADA UNIÃO EUROPEIA?
Uma coisa que Ludwig von Mises nos ensinou em sua obra Ação Humana foi a de que o Homem, inequivocamente, age visando sempre sair de uma situação menos favorável para outra mais favorável ou, em outras palavras, age para melhorar a sua própria vida. Nessa ação diária o Homem é guiado pelos dois grandes sensores vitais que a mãe natureza legou a ele, o prazer e a dor (no sentido formal dos termos), que lhe orientam agir buscando sempre, de uma maneira direta ou indireta, o que lhe seja mais favorável, no curto e longo prazos, e evitando o segundo.
IMPOSTOS NÃO SUFICIENTES
Dentro desse contexto, não há como conseguir unir utilidades e interesses tão diversos dentro dos governos da comunidade europeia, em que a própria Grécia cobra dívida da Segunda Guerra Mundial de € 280 bilhões da Alemanha, mas que ela diz não existir (http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/04/150407_grecia_alemanha_indenizacao_atualiza_pai) .
O fato é que a ideia da criação da união monetária se resume em tirar a oportunidade de inflacionar e de se endividar além da conta dos políticos e burocratas dessa comunidade. Mas o caso da Grécia sinaliza que os freios impostos não são suficientes. De fato, a própria teoria praxeológica diz que as normas administrativas nunca serão um ‘deterrent’ para políticos e burocratas gastadores, a exemplo dos da Grécia (e do Brasil, principalmente).
PADRÃO OURO
Por isso, venho insistentemente advogando que, sem a adoção de sistema monetário similar ao padrão ouro, ao estilo clássico, não se conseguirá um freio ao meio político esbanjador, seja na Grécia, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, principalmente nos países onde haja um meio político e burocrata mentiroso, tergiversador e gastador.
Infelizmente, como lamenta Mises no seu Omnipotent Government : “O padrão-ouro restringia os planos do governo de criar crédito barato. Era impossível ceder ao desejo de fazer uma expansão creditícia e, ao mesmo tempo, manter a paridade da moeda com o ouro fixada por lei. Os governos tinham de escolher entre o padrão-ouro ou uma — desastrosa no longo prazo — política de expansão de crédito. O padrão-ouro nunca entrou em colapso; foram os governos que o destruíram”.