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12 jul 2005

O EFEITO PERVERSO DO ESTADO


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A VOLTA DO MONOPÓLIO
Já escrevi reiteradamente sobre o assunto, mas como ele insiste em ser notícia precisa ser comentado novamente até que possa ser bem entendido por aqueles leitores ainda resistentes ao necessário aumento dos combustíveis. Nada que eu esteja criticando é surpresa, mas o importante é que o lado lamentável da questão persiste e cria enormes dificuldades para certas empresas que acreditaram na quebra do monopólio do petróleo.
O GOVERNO NÃO É SÉRIO
Vejam: a Refinaria de Manguinhos fechou o semestre de 2005 com um prejuízo de R$ 20 milhões. Má administração? Até pode ser, mas a principal razão foi, indiscutivelmente, o dumping praticado pela Petrobrás. Se fosse um pouco sério este governo, um pouquinho só, a Petrobrás deveria praticar preços dos combustíveis que refina, a partir do petróleo que compra lá fora, e que extrai aqui, tomando por base a cotação internacional da commodity.
PREÇOS REPRESADOS
Com os preços represados, as demais empresas que ainda teimam em refinar petróleo no país, precisam comprar o óleo cru a preços de mercado internacional. E aí elas não têm como competir com a Petrobrás que trabalha com preços mais reduzidos. Insisto na tese com o seguinte exemplo: De acordo com os cálculos de uma empresa de consultoria muito séria, a gasolina estava, na época da divulgação da sua nota, sendo vendida no Brasil com 17% de desconto sobre o preço internacional. E o diesel estava 10% abaixo dos preços internacionais. Digo ? estava ? porque tomava por base o preço, na época, de US$ 53 o barril do petróleo.
A IRRESPONSABILIDADE
Aí se percebe a grande irresponsabilidade que ocorre aqui no Brasil. Se a companhia decidisse aumentar seus preços para compensar a diferença com o mercado internacional, o impacto seria de 8% nos preços para o consumidor final. Porém, de acordo com estudo, a Petrobrás provavelmente só irá aumentar os preços neste segundo semestre.
UM TAPA NA CARA
Esta providência além de perigosa para uma empresa de capital aberto, como é o caso Petrobrás, é mais um tapa na cara na economia de mercado e das demais refinarias, também de capital aberto. Atitudes assim produzem monopólios, impedindo espaços para a concorrência adquirir óleo a preço inferior. Viva o Brasil.
O QUE SOBROU?
Diante de tanta irresponsabilidade o que resta para a Refinaria de Manguinhos e as demais? Resposta: montar uma logística suficiente e ficar fazendo exclusivamente a distribuição dos derivados refinados pela Petrobrás. Foi criada uma colônia onde ninguém pode competir com a rainha. Apesar da lei conferir tais direitos. Alguém tem dúvidas das razões que fazem do Brasil um país terceiro-mundista?