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24 mai 2005

O DILEMA E A SITUAÇÃO


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NECESSIDADE DE MUDANÇAS
Muitas vezes, por ansiedade, somos traídos pela nossa própria pretensão e vontade de ver as coisas andando. Ao constatar a encrenca que está instalada no Congresso Nacional, já se tem um nítido convencimento de que as coisas não deverão andar tão cedo por lá. Principalmente, nas votações dos projetos, onde, muitos deles se bem votados, até poderiam influenciar na vida dos brasileiros. Como nada acontece, o nosso lamento passa a ser grande. Pelo alto custo de manutenção dos deputados e senadores, muito ineficientes, e pela falta de avanço nas propostas.
FRUSTRAÇÃO
Por outro lado, considerando o enorme despreparo dos parlamentares com aquilo que precisa ser modernizado, e a falta de compromisso com o futuro do país, o fato de não haver votações até pode ser um grande alívio. Continuamos mal, muito mal, por não fazermos as reformas na legislação. Mas, certamente, deixamos de piorar pelas cabeças viciadas dos políticos mal preparados. Portanto, se não dá para festejar o que deixamos de conquistar, ao menos deixamos de chorar desesperadamente pelo que poderíamos colher.
COMPENSAÇÃO
Como o Brasil é um país muito grande, algumas regiões, por não terem sido afetadas pelo clima, ainda vão poder contribuir para que possamos crescer em 2005. E mais: os preços de seus produtos até poderão conseguir alguma apreciação, o que deve contribuir para que o PIB do país possa fechar o ano com crescimento em torno de 3%. É com estas certas regiões que todos nós contamos para que haja uma compensação com as demais, que já não tem como conseguir muita coisa neste ano.
DESASTRE NA CADEIA
A maior complicação é que as regiões mais afetadas deixarão de contabilizar resultados como aconteceu nos anos anteriores. E não terão como garantir os investimentos que vinham sendo mantidos. O setor de máquinas agrícolas, por exemplo, vive exclusivamente do sucesso do campo. Quando ele não aparece, piora a vida também de seus fornecedores, que por sua vez deixam de comprar matérias primas, provocando um desastre na cadeia.
SANGUE-SUGAS
Portanto, sem considerar as dificuldades políticas, que já estão com temperatura elevada, o setor do agronegócio, que poderia amenizar a tristeza com alguma felicidade compensadora, não está correspondendo. O pior é que o setor, além de não produzir à altura, ainda tira recursos dos demais. Insiste, desesperadamente na prorrogação de prazo dos financiamentos concedidos, além de também forçar o governo a comprar seus produtos, como é o caso de arroz. Aí a alegação é de que não pode competir com outros que vendem mais barato.
O GOVERNO VAI COMPRAR TUDO
A considerar que esta queda de braço acabará sendo vencida pelos produtores junto ao governo federal, não está descartado o mesmo pleito por aqueles que se dizem prejudicados por não terem como exportar com um dólar tão baixo. Aí, não se surpreendam, se o governo vier a comprar também calçados, pois o choro do setor está provocando alagamentos incríveis. Gente, a hora é de vender tudo ao governo.
FATOR PINOCHET
Eis o e-mail que recebi do leitor Bruno Schramm, a propósito do que escrevi ontem sobre o Chile: