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29 out 2004

NÃO ADIANTA SER PASSIONAL


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ELEIÇÕES AMERICANAS
O que acontece aqui nas nossas eleições, também acontece nos EUA. Os candidatos americanos também fazem promessas que jamais serão cumpridas. Mesmo assim, para os próprios americanos e para o mundo todo, algumas considerações precisam ser feitas a partir desta eleição para presidente: qualquer um que venha a ser o eleito, Bush ou Kerry, atitudes sérias precisarão e deverão ser tomadas daqui para frente. Vejamos:
TAMANHO
* 1- Não adianta ficar aborrecido com os EUA. A economia americana é de tal monta que representa, hoje, mais de 30% do PIB mundial. Se não temos condições de sermos grandes como eles deveríamos, ao menos, entender que o mundo todo precisa dos americanos. E basta que a economia dos EUA, cresça, nos próximos dez anos, a uma taxa de 2% ao ano e já vai se distanciar mais ainda de qualquer outro país, mesmo que cresça este muito acima deste percentual. A China, por exemplo, cantada em prosa e verso como uma ameaça aos EUA, mesmo que consiga crescer 10% ao ano, pelo mesmo período de 10 anos, conseguirá atingir um PIB de tão somente U$ 5 trilhões, o que ficaria com menos de 1/3 do PIB americano;
PROTECIONISMO
* 2- Quem chegar ao comando da maior economia do mundo vai precisar encarar decididamente a questão do brutal déficit comercial americano que vem se arrastando ao longo dos anos. E isto só será possível com atitudes protecionistas, podem ter certeza. Não vai, portanto, ter essa de país mais ou menos amigo. Todos os exportadores que vendem para os EUA vão precisar entender, sentir e provar mesmo o que é protecionismo. Os números apresentados são preocupantes e não deixam alternativa de pensamento;
SEGURANÇA
* 3- Outra coisa que é preciso entender: se os EUA, por serem maior economia do mundo, não tratarem das questões de segurança no mundo, alguém terá condições para fazê-lo? Não! Ninguém está tão preparado para enfrentar tais situações. Então, vamos esquecer esta bobagem repetitiva de pedir paz com tantas ameaças que o mundo cria e desenvolve. Alguns, ou muita gente, pode até não gostar dos americanos, mas é impossível viver sem eles e sem as suas atitudes. Eles têm, não esqueçam, mais de 30% do PIB mundial;
UNIÃO EUROPÉIA
* 4- Não adianta buscar refúgio na UE. Assim como os EUA, a Europa vive seus grandes dramas. Assim, não servirá como alternativa para uma exportação brasileira sem parar. Os europeus se debatem diariamente com grandes problemas de competitividade, com muitos países recém entrantes na Comunidade, e outros tantos que querem por que querem fazer parte da mesma. Portanto, o protecionismo tende a ser cada dia maior nos blocos econômicos;
ALCA
* 5- Pela forma com que está hoje definitivamente desenhado o mundo econômico, resta para os países latinoamericanos, uma urgente e necessária participação na ALCA. Esta, caros leitores, é a única saída para os países sul-americanos como é o caso do Brasil, que até hoje se mostra hesitante e desinteressado em participar. Olha, gente: é lógico que precisamos negociar ao máximo, sem ingenuidades, mas é imprescindível mostrar muito interesse. Não que deixaremos de exportar para muitos países com ou sem participação na ALCA, mas as restrições internacionais não deverão diminuir. Ao contrário, vão aumentar e muito;
O EXEMPLO TURQUIA
* 6- Chamo a atenção de que a Turquia, por exemplo, está fazendo de tudo para convencer os europeus de que precisa fazer parte da UE. E nós, aqui, estamos fazendo de tudo para não entrar na ALCA. A Europa toda está preocupada com a Turquia por ser um país de grande população, o que pode representar uma invasão de turcos na UE. Os alemães, nesta questão, se mostram mais preocupados, pois, segundo eles já existem turcos em demasia na Alemanha e estão convencidos de que é para lá que muitos deles vai querer residir.
PETRÓLEO E INFLAÇÃO
O BC está absolutamente certo quando embute o preço do petróleo no impacto inflacionário do país. A Petrobrás, querendo passar por independente demais nesta questão que envolve um necessário reajuste dos combustíveis, está muito equivocada e presunçosa. Não é possível que o Brasil fique à margem do que acontece no mundo todo. Ou ajusta os preços ou deixa de ter parceiros nos investimentos em energia. Por pura desconfiança. Gente, ninguém é bobo no mundo. Nós é que estamos querendo ser idiotas e fortemente vulneráveis. E o pior é que precisamos desesperadamente de investimentos.