DESORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS
Ainda que a PANDEMIA do Covid-19 deva ser apontada como grande responsável por importantes mudanças comportamentais e/ou hábitos de consumo de grande parte dos habitantes do nosso planeta, o fato é que os LOCKDOWNS (paralizações de oferta de bens de produção ) promoveram uma fantástica desorganização de inúmeras atividades econômicas. Isto, como já era previsto (vide os editoriais que escrevi a respeito) resultou, categoricamente, em INFLAÇÃO DE PREÇOS em praticamente todos os países.
LEI DA OFERTA E PROCURA
Ora, com a OFERTA DE BENS extremamente reduzida, e a DEMANDA POR PRODUTOS em franca expansão, graças a uma notável e comprovada mudança de comportamento dos consumidores em geral, tudo aquilo que estava estocado foi vendido. Como as indústrias foram atingidas pelos LOCKDOWS, aí prevaleceu o que diz a respeitável -LEI DA OFERTA E PROCURA-: quando a OFERTA É MENOR DO QUE A DEMANDA, os preços entram no jogo e colocam as coisas no seu devido lugar. O mesmo, em sentido contrário, acontece quando a OFERTA É MAIOR DO QUE A DEMANDA.
ÍNDICE DE INFLAÇÃO
No caso do nosso empobrecido Brasil, por exemplo, os ÍNDICES que medem a INFLAÇÃO vem mostrando muito bem tudo isto. Mais: além da DEMANDA MAIOR, que por si só faria os preços dos produtos ficarem mais elevados, o Brasil foi atingido em cheio por uma perigosa ESCASSEZ HÍDRICA, o que levou a um importante ENCARECIMENTO DO PREÇO DA ENERGIA, ficando em primeiro lugar nos índices que medem a INFLAÇÃO. Só em julho, por exemplo, a energia elétrica apresentou um aumento de 7,88%, segundo informa o IBGE.
TRANSPORTES
A segunda maior contribuição de julho, pelo IPCA, veio dos TRANSPORTES, com 1,52%, puxados pelas passagens aéreas, cujos preços subiram 35,22%, e pelo aumento no preço dos combustíveis (1,24%). A gasolina registrou aumento de 1,55%, contra avanço de 0,69% em junho. De novo: a terrível desorganização das atividades econômicas, promovida pelos absurdos LOCKDOWNS, que resultou em claro aumento de DEMANDA e OFERTA extremamente limitada, levaram os preços às alturas, isto sem contar que muitos produtos, caso dos semicondutores, por exemplo, só estarão100% disponíveis a partir de 2022.
COMMODITIES
Portanto, olhando para futuro, o que tudo leva a crer é que em algum momento a OFERTA E A DEMANDA voltarão a se encontrar e com isso os preços devem se acomodar. O patamar deste encontro, no entanto, se dará de acordo com o PREÇO DAS COMMODITIES, consideradas como indispensáveis na formação e existência dos produtos ofertados. Por serem COMMODITIES, as MATÉRIAS PRIMAS têm influência decisiva na composição do CUSTO DOS PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. Como se vê, as COMMODITIES AGRÍCOLAS, tipo soja, milho, etc., e MINERAIS, como ferro e petróleo, etc., subiram bastante depois que a PANDEMIA foi decretada.
FRETES
Além disso, o preço dos FRETES, por força dos LOCKDOWNS, foram às nuvens. Com as rotas interrompidas houve uma desorganização no processo logístico mundial. Segundo o diretor da ES Logistics, Fabiano Ardigó, a alta demanda de medicamentos, mercadorias e equipamentos hospitalares impediu a volta da normalidade, fazendo com que muitos containers não voltassem mais para o Brasil”. Mais: Com o mercado aquecido e a alta demanda, o frete da China para o porto de Santos chegou a US$9 mil – quase R$50 mil. “O valor é quase CINCO VEZES MAIOR do que a tarifa cobrada normalmente, antes da pandemia”. Além da alta dos preços, o atraso e mudança nas escalas dos navios não permitem um planejamento da produção do país. “Esse cenário impacta diretamente no valor final dos produtos, tanto nos importados quanto exportados. Muitos produtos estão à espera do embarque, porém demoram mais de três a quatro semanas para encontrar espaço nos containers e navios disponíveis”, afirma. “Os valores dos fretes estão aumentando mensalmente, e os orçamentos têm validade de dois a três dias, o que traz mais dificuldade para agendamento e programação dos fretes”, completa Ardigó.
ESPAÇO PENSAR +
Leia no ESPAÇO PENSAR + de hoje: MINISTRO BARROSO É UM ALERTA À PRUDÊNCIA, por Percival Puggina. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar