PREFIRO O LULA
O assunto impeachment está encerrado. Pode acontecer de tudo, até uma possível, mas pouco provável renúncia de Lula. Impeachment, jamais. Motivo principal: um Congresso muito desmoralizado não tem estôfo para julgar qualquer pessoa. E como não há grande interesse em moralizar o Congresso vamos ficar reféns, mais uma vez, da corporação. Pensando bem, se for para o Severino assumir prefiro que Lula continue. Ruim por ruim fico com o mais previsível. Ah, não duvidem se ainda vier a ser proposto, e aprovado, mais um aumento de salário aos parlamentares, para compensar a perda do mensalão.
A MESMA SOCIEDADE
Como bem disse Fernando Pinto Ferreira, diretor da Globalinvest, na sua palestra na semana passada em Curitiba: a mesma parcela da sociedade que temia pela vitória de Lula na eleição presidencial é a mesma que mais teme hoje pela queda do presidente. Na época, Lula era sinônimo de calote da dívida. Hoje, a permanência de Lula é sinônimo de queda de juros. Para fechar, Ferreira arrematou: a incerteza é sempre o pior cenário.
PERDENDO OPORTUNIDADE
Enquanto estas coisas acontecem por aqui estamos perdendo a maior oportunidade deste mundo para atrair uma parcela da fantástica e excessiva liquidez financeira internacional. As migalhas que estamos conseguindo, infelizmente não estão direcionadas para projetos e investimentos, mas para alavancar ganhos que vão melhorar o retorno dos investimentos. Que depois serão levados para outros países mais sérios e menos cheios de burocracia. Estamos tão apaixonados por Hugo Chávez que só damos adeus a quem tem dinheiro e inteligência.
CONCLUSÃO ACACIANA
A FGV - Fundação Getúlio Vargas - e o ETCO - Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial - fizeram inúmeros estudos econométricos para chegar a uma conclusão mais do que óbvia: a redução da carga tributária geraria maior crescimento do PIB, mais empregos e menos inflação. Fantástico, não? Pois é. Tudo aquilo que é o mais acaciano possível, ainda é motivo de estudo e de revelações espetaculares. Aí é duro. Mais lamentável ainda é que os estudos foram feitos para buscar a reforma do ICMS, não a reforma tributária. Estão enganando o povo dizendo que reforma tributária é uma mera simplificação do ICMS. Vão pro inferno!
OBRA DO DIVINO
O governo, espertamente, aproveitou o fato de o clima ter sido altamente favorável, assim como a curva ascendente dos preços das commodities no mercado internacional, para iludir o povo. Gritaram aos quatro ventos que foram as suas ações as responsáveis pelo sucesso do agribusiness nos anos anteriores. Propositadamente, confundiu a natureza com providência governamental. Como o povo brasileiro prefere crer mais nos santos do que no mercado, é provável que esteja pensando que, além de fiscalizarem, Deus e os santos não gostam de rompantes idiotas.
HONESTIDADE? ONDE?
E por isso, certamente devem ter mandado, mais recentemente para o Brasil um clima altamente desfavorável. E ainda por cima promoveram uma queda de preço das commodities. Resultado: a ética e a honestidade, palavras usadas sempre de forma inconseqüente pelo presidente, já não admitem mais a hipótese de que o governo seja o responsável pelo clima e pelos preços, neste mau momento da agricultura. Isto é ser honesto? Onde?