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08 mar 2019

IGNORÂNCIA FINANCEIRA


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MAIS DE 100 EDITORIAIS

Ainda que já tenha escrito mais de 100 editoriais com o propósito de constantemente esclarecer o quanto a REFORMA DA PREVIDÊNCIA é absolutamente necessária e/ou extremamente -urgente-, não pretendo descansar até que a mesma seja definitivamente APROVADA no Congresso Nacional.


DUAS CLASSES MUITO DISTINTAS

Argumentos para tanto nunca faltaram para provar o quanto a PREVIDÊNCIA SOCIAL DO BRASIL não apenas é INJUSTA e INDECENTE. Aliás, é mais do que isso: além de responsável por mais de 60% do ROMBO das Contas Públicas, ainda divide os aposentados do país todo em DUAS CLASSES distintas.


DIFERENÇA DAS CLASSES

A PRIMEIRA CLASSE - reservada aos servidores públicos, que gozam de fantásticos, inconcebíveis e nojentos PRIVILÉGIOS; e,

A SEGUNDA CLASSE - reservada aos aposentados do INSS, o governo, com exímia INJUSTIÇA, toma boa parte do pouco que recebem para que possa sustentar parte dos altos privilégios, garantidos por lei, da turma da PRIMEIRA CLASSE.


DE CORPO E ALMA

A bem da verdade, da mesma forma como me entrego, de corpo e alma, na tentativa de convencer os menos dotados de discernimento sobre a necessidade da aprovação de uma BOA REFORMA DA PREVIDÊNCIA, felizmente não me vejo mais como um ser solitário nesta empreitada. 


IGNORÂNCIA FINANCEIRA

A propósito, eis o artigo escrito por João Sandrini, mostrando que a principal crítica (os deputados e senadores dizem, e a mídia repete), está no fato de que as mudanças no BPC -BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA- prejudicam os mais pobres. É justamente o contrário, como afirma corretamente Sandrini: esta crítica é prova cabal do quanto a IGNORÂNCIA FINANCEIRA impera no nosso empobrecido Brasil.


BENEFÍCIO ASSISTENCIAL

O BPC, segundo Sandrini, é um benefício assistencial criado pela Constituição de 1988 que hoje garante a cerca de 2 milhões de idosos com 65 anos ou mais que não possuem meios de se sustentar o direito de receber do governo um salário mínimo mensal para sobreviver. O governo propõe duas mudanças no benefício: 1) ele passaria a ser pago a partir dos 60 anos (o que é bom para os beneficiários); e 2) seu valor seria desvinculado do salário mínimo de forma que o idoso teria direito a receber R$ 400 por mês dos 60 aos 69 anos, subindo para um salário mínimo a partir dos 70 anos (o que é positivo ou no mínimo neutro).

Como a proposta favorece a população, achei bem curioso ver os poderosos lobbies contra a reforma imediatamente começarem a espalhar por aí justamente o contrário: que a ideia é ruim porque pune os mais pobres. A conta dessas pessoas é aquela mesma que você aprendeu nas aulas de aritmética na terceira série do ensino fundamental: os idosos recebem hoje R$ 59.880 por 5 anos (R$ 998 por mês dos 65 aos 69 anos de idade) e passarão a receber R$ 48.000 por 10 anos (R$ 400 por mês dos 60 aos 69 anos).

Ao fazer essa conta na terceira série você provavelmente tiraria 10 na prova. Mas o mundo é um pouco mais complexo daquilo que nos é apresentado na tenra idade. Acontece que R$ 1 no seu bolso hoje é diferente de R$ 1 daqui a 10 anos. O tempo e a inflação corroem o valor do dinheiro. Você concorda que se for para o supermercado hoje com R$ 1.000 no bolso e gastar tudo vai sair com o carrinho bem mais cheio que se tiver R$ 1.000 daqui a 10 anos para comprar os mesmos itens na mesma loja?

É por isso que a teoria moderna de finanças ensina que primeiro é preciso trazer todos os fluxos de caixa para valor presente para só depois realizar a soma aritmética. Colocando em português mais claro, você não pode somar 3 laranjas com 4 bananas e chegar à conclusão que tem 7 abacaxis. Nossa professora da terceira série também ensinou que só é possível somar bananas com bananas. Trazendo primeiro todos os fluxos a valor presente para depois somá-los você segue os ensinamentos dela.